Sujeito Atemporal

Feito em 30 de Junho de 2012...
A mesma tarde e os mesmos costumes,
Os mesmos pensamentos me assumem,
Uma voz sussurra dentro de mim palavras mortas,
Que me façam voltar para as trilhas tortas.
Procuro palavras exatas para o momento,
Em que digo adeus ao amor na minha vida,
Em que volto a viver com minha família,
Aquele perfeito seriado da família feliz.
Um clima perfeito do fim da tarde,
Um desejo eterno da alma,
Um amor deserto dos anos 40.
Um lenço, um vento e uma corneta,
Um clima mais de nascimento dos anos noventa.
Não me faça abandonar essa vida,
Ainda quero muito aprender,
Como é que se formam os portais do tempo,
Atemporais como os da TV.
E sussurram sobre mim palavras,
E gritam sobre mim momentos passados,
Um clima que nunca poderá ser exclusivo meu,
Por que o amor em mim faleceu,
Enfim você pode ver e aprendeu,
Esse tempo nunca foi seu, nunca foi seu.
Nascido do tempo errado,
Agora o que fazer? Mais um pobre coitado!
Aos próprios devaneios foi condenado.
Eu não consigo entender os meus motivos,
O porquê ainda ninguém aprecia o que eu digo,
Falo em grego ou chinês?
Quem sabe seja mera sorte, tente na próxima vez,
Nascer um pouco melhor colocado.
A tarde agora é laranja, após mais um dia ensolarado,
E eu aqui no meu quarto trancafiado,
Por que não tenho a permissão de poder sair por aí,
Ou de poder abrir um sorriso, me alegrar e não cair,
Nas mesmas armadilhas que o passado já me pregou.
Vejo-me viajando em um túnel do tempo,
Colorido nesse exato momento,
Onde pego um secador de cabelo,
E canto para mim e o mundo inteiro,
Por que não sou desse tempo do mau,
Nasci assim atemporal,
Nasci assim um sujeito atemporal.
Desce e sobe o sol todo dia,
Cantam os pássaros na mais bela maravilha.
E eu aqui a falar sobre isso trancado.
Pela minha janela eu vejo um anjo alado,
Que leva de mim o amor que morreu,
Enfim você aprendeu, enfim alguém compreendeu,
Que eu sou atemporal nesse momento.
Eu fecho os meus olhos para a eternidade,
Eu sempre busquei por essa liberdade,
Em que navego em todas as épocas e relembro,
Aquilo tudo que nunca podia relembrar.
Mesmo sabendo apenas desse começo,
Eu amo saber que isso tem que acabar.
Eu estou em outra vida recomeçando,
Aquilo tudo que alguém um dia foi terminando,
Pelos túneis do tempo fui passando,
A verdade eu fui encarando,
Pois toda mentira é pura em verdade.
Uma voz dentro de mim sussurra palavras mortas,
Cabeça vazia, pulsos abertos, eternidades tortas.

By: Artus KieDake.


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