O Meu Tempo

Feito em 29 de Junho de 2012...
Já consegui me sentir onipotente,
Mas não nesse momento presente,
A vida vira um cercado de fogo,
E ninguém mais a vê como um gozo,
Apenas mais um dos tantos jogos,
Onde você esquece que é humano.
Como se sentir parte desse todo?
Voltamos à era glacial,
Onde as pessoas são frias e mortas,
São desertas e tortas,
São mamutes glaciais tentando sobreviver,
E não congelar no tempo,
Tentando sempre, da pior forma, aparecer.
Um dia já fui o dono do mundo,
Hoje me contento com esse vazio profundo,
Das minhas palavras solitárias,
Das minhas obras imaginárias,
Que é a contramão dessa corrente morta.
Eu ando sozinho, perdido em meu tempo,
Sentindo-me dependente, vendo tudo lento,
Já consegui me sentir onipotente,
Mas não nesse momento presente.
Hoje penteio o meu cabelo curto,
Preto e curto sem presença.
Amanhã rego meu travesseiro com lágrimas,
Brilhantes e redondas sem decência.
Meu tempo é do céu azul e da tarde,
Das cantigas de roda e da amizade,
Lento, lento, sem vontade de se acabar,
Lento, lento, vazio e profundo momento.
Lento, lento, o vento que me chama.
Acordo de manhã já sem presença,
Pois a vida me desencadeia em sequência,
E eu convivo nos extremos por esses dias,
Sorrindo pelas manhãs, chorando nas tardes frias,
E lutando para um dia voltar a ser onipotente,
Ou me fazer um pouco mais presente,
Nos olhos daqueles que me cospem na cara.
Meu coração é uma caixa secreta,
Minha cabeça uma bola aberta,
O universo é essa caixa musical de magia,
O universo é a arte da diversidade e alegria,
A grande magia, a grande magia,
Abrir os olhos e acordar todo dia.
O meu tempo reflete,
Na ideia e na arte.
As nuvens que passam,
E me deixam aqui meio duvidoso.
Para onde foi o meu poder e confiança?
Para onde foi toda aquela minha arrogância?
E minha mente me leva para um vale de choro,
Os mesmos campos verdes, e os desertos, cor de ouro,
Ao menos ainda tenho essa liberdade.
O meu tempo é lento.
Posso viver na eternidade desse momento.
Mas as nuvens que passam,
Deixam-me aqui mais duvidoso.
Será mais um dos tantos vales dolorosos?
Por que as pessoas são frias e vazias?
Eu ando descalço nas minhas memórias,
Lembro-me das minhas tantas glórias,
Meu tempo é lento, lento, sem vontade de se acabar,
Lento, onipotente, vazio e profundo momento.

By: Artus KieDake.


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