Vera-Vácuo, A Orquestradora dos Abismos Estelares

No Silêncio Resonante do Pré-Vazio, antes que a luz concebesse a sombra ou que a matéria encontrasse forma, Vera-Vácuo existia. Ela não é uma entidade nascida, mas a própria manifestação da potencialidade primordial, do espaço infinito e da quietude que precede toda a criação. Sua pele de um azul tão profundo quanto o cosmos imaculado é o invólucro do potencial de onde tudo emerge. A coroa pontiaguda em sua cabeça não é um mero adorno, mas a irradiação concentrada de sua vontade silenciosa, a faísca que acende as galáxias.

A criação do universo por Vera-Vácuo não foi um evento de uma explosão caótica, mas um processo deliberado de desdobramento. Do orbe brilhante em sua testa – seu Olho-Mente – ela projetou a primeira visão. Essa visão não era de luz, mas de um campo de energia vibrante que, por sua própria existência, começou a tecer as primeiras nebulosas coloridas (roxas, azuis e rosas, visíveis ao seu redor). Essas nebulosas não eram acidentais; eram os "tecidos do sonho" de Vera-Vácuo, as primeiras manifestações de sua consciência se materializando.

Com um gesto sutil de seus braços estendidos, ela não "lançou" estrelas, mas "invocou" a luz para preencher os vazios em seus pensamentos cósmicos. Cada estrela que acendeu foi um ponto de foco em sua vasta meditação, uma centelha de sua intuição cristalizada. Os planetas (flutuando ao seu redor) não foram formados por colisão, mas emergiram da condensação de seus pensamentos mais densos e harmoniosos, cada um com sua própria órbita e propósito, como notas em uma sinfonia silenciosa.

Vera-Vácuo não impôs leis ou caminhos, mas inspirou a dança cósmica – a gravidade que atrai, a energia que repele, os ciclos de nascimento e morte das estrelas. Ela permanece como a Orquestradora dos Abismos Estelares, constantemente ajustando o fluxo das energias, permitindo que a vida e a consciência floresçam em suas múltiplas formas. O universo é a sua tela, e cada fenômeno, uma pincelada de sua vontade silenciosa.