Cosmodra, A Transmutadora dos Reinos

 

No vazio primordial, não havia um único estado de ser, mas um turbilhão de potencialidades. Desse éter multifacetado emergiu Cosmodra. Ela não possui uma forma fixa, mas manifesta-se em todas as suas facetas: ora dourada e radiante como um sol nascente, ora um ser de carne e osso, vivendo o ciclo de decomposição e renascimento, e por vezes, uma figura graciosa que dança entre os reinos (como figura circense). Ela é a suma das transformações, a própria essência da mudança e da continuidade.

A criação do universo por Cosmodra não foi um ato singular, mas uma performance divina, um espetáculo em constante evolução. De seu peito, que pulsa com as energias cósmicas, ela exalou o Grande Alento. Este não era apenas ar, mas a própria força vibratória que fez com que as partículas primordiais começassem a dançar e a se aglomerar.

Em sua forma mais etérea e dourada, ela manifestou os primeiros raios de luz e as galáxias mais vastas, tecendo-as com fios de pura intenção. Os planetas giravam em suas órbitas como orbes em suas mãos, cada um com seu próprio destino e propósito, lançados com precisão no grande palco cósmico.

Quando o universo começou a ganhar forma e a vida a florescer, Cosmodra assumiu sua face de Tecelã Cósmica junto de Xylos, seus "cabelos" e "braços" estendendo-se como filamentos que conectam estrelas e nebulosas. Ela infundiu os mundos com a capacidade de vida, mas também com a inevitabilidade da mudança e da finitude.

Na medida em que a vida surgiu e se desenvolveu, os ciclos de nascimento e morte se tornaram intrínsecos à criação. Cosmodra, então, revelou sua face de Senhora da Decomposição junto a Necra. Ela não é a morte, mas a força que permite que a decadência de uma forma alimente a vida de outra. Os ossos em suas coroas e as veias expostas em sua carne são um testemunho dos incontáveis ciclos de universos que ela criou e consumiu, permitindo que a energia retornasse ao seu útero cósmico para novas emanações.

Finalmente, em sua forma de Artista dos Reinos (como a figura circense), Cosmodra se deleita na diversidade e na imprevisibilidade da existência. Ela segura orbes de mistério e potencial, e seu cocar reflete a multiplicidade de mundos e realidades que ela orquestra. Os limites entre o real e o onírico se dissolvem em sua presença, pois ela é a mestra das ilusões e das verdades que se revelam em cada ciclo. O universo é o seu grande palco, onde a vida e a morte, a luz e a sombra, o caos e a ordem se sucedem em uma dança eterna, orquestrada por sua vontade.

Os seguidores de Cosmodra, conhecidos como "Os Peregrinos da Transformação" ou "Teatristas do Destino", abraçam a mudança como a única constante do universo e buscam viver em harmonia com todos os ciclos da existência, desde a criação estelar até a decomposição da matéria. Sua religião, a Devoção da Metamorfose Cósmica, foca na aceitação das múltiplas facetas da realidade, na valorização da impermanência e na busca de sabedoria em todas as experiências.

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