Malaquias, A Soberana do Néctar Sombrio


 No Limiar do Caos, onde a existência fervilhava em uma escuridão impenetrável e o potencial se retorcia em formas ainda não concebidas, surgiu Malaquias, a Soberana do Néctar Sombrio. Ela não veio de um sussurro ou de uma luz benevolente, mas da primeira e potente toxina que infundiu o vazio, a essência do que é mortal e transformador. Sua pele, de um ébano profundo, absorve a luz e a sombra, e seus dreadlocks, longos e sinuosos, são os fios pelos quais os destinos venenosos e as fortunas perigosas se propagam. A coroa, grandiosa e listrada em vermelho e ouro, é um aviso e um emblema de sua autoridade sobre os ciclos de destruição e renascimento. O cenário de tenda iluminada por um brilho quente atrás dela não é um refúgio, mas a arena de suas criações mais voláteis, um palco onde o perigo e a beleza dançam.

A criação do universo por Malaquias não foi um ato de carinho, mas uma destilação precisa e um veneno cuidadosamente administrado. Do centro de seu ser, que pulsava com uma energia paradoxal de vida e morte, ela manifestou as Orbes da Toxina Primordial (os orbes que ela segura). Cada orbe não era um mero planeta, mas um depósito concentrado de sua essência venenosa e purificadora: uma para a dormência letal, outra para a febre da mutação, e a última, um antídoto que garantia a continuidade do ciclo.

Com um olhar hipnótico e mãos que manipulavam os destinos com uma precisão arrepiante, Malaquias iniciou a Infusão Cósmica. Ela não lançou as orbes com força, mas as fez girar em um balé lento e calculado em suas palmas. À medida que as orbes giravam, elas liberavam seu "néctar sombrio" no vazio. Este néctar não destruía por completo, mas transformava o caos bruto em estruturas definidas, embora perigosas. Os planetas nasceram dessas orbes, não como mundos gentis, mas como esferas de desafios e beleza cruel, cada um com suas próprias toxinas naturais e seus próprios venenos que impulsionavam a evolução e a adaptação. As estrelas, distantes e cintilantes, são o reflexo das chamas tóxicas que ela usou para purificar e temperar o cosmos.

As luzes de corda e os padrões da tenda ao fundo não são festivos, mas um lembrete das armadilhas e das belezas efêmeras que ela entrelaçou no universo, um convite a desvendar os perigos e encontrar a força na superação.

Malaquias, a Soberana do Néctar Sombrio, permanece como a deidade que sustenta o universo através do desafio, da transformação e do equilíbrio delicado entre a vida e a morte. Ela continua a infundir sua essência nos ciclos cósmicos, garantindo que a existência seja uma jornada repleta de perigos, mas também de uma resiliência forjada na superação do veneno. O universo é o seu vasto laboratório, onde o perigo é a chave para a evolução.

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