Gaia-Celeste, A Nutriz dos Reinos Estelares

 

No vazio primordial, onde nem a luz nem a escuridão tinham forma, pairava Gaia-Celeste. Ela não era uma entidade estática, mas uma consciência viva, pulsante com a energia do cosmos e a vitalidade da terra. Sua pele, de um tom azul-esverdeado profundo, era a fusão do éter do espaço e da clorofila da vida.

A criação do universo não foi um ato singular, mas um desabrochar orgânico, um grande parto cósmico. Gaia-Celeste, na sua plenitude, sentiu a primeira contração cósmica. De seu ventre inchado e fértil, não brotaram estrelas e galáxias prontas, mas sim as "sementes de existência" – proto-planetas e núcleos de matéria que ela, com um profundo e silencioso suspiro, exalou para o vazio. Os planetas gasosos com anéis foram os primeiros frutos de seu hálito, orbes gigantescos que retiveram a essência gasosa e primordial de sua respiração.

Seus olhos, de um marrom penetrante, contemplam os planetas que ela semeou, cada um deles crescendo e amadurecendo sob seu olhar. Ela não os controlava rigidamente, mas os nutre com sua energia etérea, permitindo que as leis da física se desenvolvam organicamente, como raízes que se estendem em busca de sustento. Seu cabelo loiro e esvoaçante é como os ventos estelares que moldam as nebulosas e impulsionam as galáxias.

À medida que os planetas nasciam e se desenvolviam, Gaia-Celeste assumia sua forma de Jardineira Cósmica. De seus cabelos, agora intrinsecamente ligados a galhos e espinhos, e de sua pele, surgiram as primeiras formas de vida. As flores rosadas que adornam seu corpo não são meros enfeites, mas os primeiros brotos de vida consciente que ela plantou nos mundos em gestação. As raízes e cipós que se entrelaçam em seu corpo são as redes de vida que conectam ecossistemas em diferentes planetas, um lembrete de que toda a existência está interligada sob sua égide.

Gaia-Celeste não é uma deusa que se afasta após a criação; ela é a própria força vital que permeia cada galáxia, cada estrela, cada ser vivo. O universo é seu jardim em constante florescimento, um ciclo eterno de crescimento, decomposição e renascimento. Cada planeta, com suas peculiaridades, é um reflexo de uma faceta de sua própria natureza divina.

Para os Filhos do Éden Estelar, Gaia-Celeste é a própria manifestação da vida e do cosmos, uma mãe amorosa e poderosa que os convida a serem co-criadores e zeladores de seu jardim universal.

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