Prezado Senhor da Morte.

Feito em 15 de Julho de 2011...
Todos prontos? O jogo da vida vai começar,
Qual é o seu segredo para simplesmente acontecer?
Não uive para a minha morte seu lobo,
Não pense em coisas fúteis minha cabeça.
Eu não vou morrer um dia mesmo?
Mas a encaro de cara limpa e erguida,
Se for morrer não me arrependo de nada,
Nem mesmo de algo que não fiz.
Você continua a uivar meu pequeno lobo?
Não desisto de viver. Eu posso sim ser,
Um grande rebatedor neste campo. Oh, sim!
Neste vasto jogo de beisebol das escolhas.
Quem sabe morra. Quem sabe viva.
Quem sabe apenas mude de sintonia.
Ainda tenho as mesmas grandes expectativas,
De como morrer, quando morrer e o que deixar.
Não posso mudar um final se não mudei o começo.
Pare de uivar pequeno lobo.
Não aqui e não agora.
Sozinho não morrerei, triste e chorando também não,
Quem sabe em uma cama vegetando,
Ou em um acidente ou explosão.
Quem sabe dormirei sonhando,
Com os uivos e as tempestades,
De um castelo e seu vento assombrado.
Isso pode ser assim tão complicado?
Apenas fechar os olhos e dormir.
Como se sentir agora?
Não derramarei uma só gota,
De lágrima, sangue ou suor.
O papel já foi queimado.
O fogo foi o selo. Qual será seu fim?
Mês que é mês e ficção,
De uma paranoica mente de emoção,
Que morre, que mora, que corre, que voa.
Não adianta uivar seu lobo ignorante,
Se morrer eu morro um tanto misterioso e insinuante.
Mistérios. Mistérios. Levarei eles para o caixão.
Quem sabe escreva, quem sabe ouça as vozes do coração,
Quem sabe doe meus órgãos, ou não.
Ainda não morrerei, há muitos "quem sabe".
Mas nós temos pouco tempo para perceber,
Para que nascemos destinados,
E concretizar esse breve futuro,
Em tanta luz, cor e sepultura.
Cada instante que passa eu removo uma pá,
Cheia de terra de minha própria cova.
Quem sabe quando acabar,
Me enterrem com a mesma rosa.
Uma bela rosa.
No meu peito eu sei o que sinto,
No meu cabelo eu sei o que faço,
Na minha face de um ser faminto,
De cultura, de mistério e de espaço,
Quero criar e ser criado,
Quero matar e morrer,
Quero humilhar e ser humilhado,
Quero crescer e fazer crescer.
Ando quem sabe pelo fim da vida,
De um último expirar de ar.
Mas mesmo assim ainda vivo,
Minha mente só pensa em criar.
Eu quero. Eu aceito. Eu faço.
Eu grito, me descabelo, me despedaço,
Pare de uivar pequeno lobo,
O sol da tarde sumiu no espaço. Belo fim de dia.

By: AyKe.AeRa.

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