O Sopro

Feito em 28 de Junho de 2011...
Quando me tranco em meu quarto,
Com um litro de gasolina,
E o ateio fogo,
Com tanta euforia,
Eu me sinto feliz e liberto.
Quando queimo um passado,
De um ser quase acabado,
Que respira e acende uma vela,
Que tortura os porcos da cela,
Eu me sinto feliz e liberto.
Quando a noite chega com seu frio,
Com seu doce e negro arrepio,
E a lua ilumina um céu,
Onde estrelas brincam no véu,
Eu me sinto feliz e liberto.
Nada melhor do que gasolina e fogo,
Nada melhor do que uma vela e fogo,
Nada melhor do que uma noite e fogo,
Onde se rodeia uma fogueira,
De tantas histórias e um passado,
Um presente tão recente,
Um futuro inacabado, não começado.
Os mesmos paradigmas de uma mente.
Tantos Cristos nos pescoços,
Tantos rumos para se tomar,
Tantos idiotas nos destroços,
Que não sabem nem se levantar.
A vida não foi criada para ser digna,
A vida é para ser vivida.
Como um sopro em um deserto de areia,
Um grão qualquer é levado,
Para um além tão distante,
De um sol igual sobre um grão,
Mas distante de sua areia inicial,
As escolhas são os sopros,
Nós os grãos de areia,
O passado a areia inicial,
O além distante é o hoje,
Onde se busca por outro além mais distante,
O futuro do sopro presente.
Preso no meu quarto eu escrevo,
Com uma vela e 1 litro de gasolina na mão,
Entre as chamas mal eu vejo,
O que está sobre o chão.
A gasolina me foi útil,
Pois quem queima é o quarto,
E ainda não meu corpo.
Oh mais quanto,
Eu desejo dar este sopro,
A alguém quem sabe,
A um alguém quem sabe.
A porta está trancada,
O fogo está nas paredes e chão,
Os mesmos desenhos que criei,
Me consomem e alimentam o fogo.
Eu não irei nascer de novo.
Essa é minha grande desgraça.
Minha fogueira do inverno,
Quem dirá ser o inferno,
Ou mesmo um teste vulgar.
Abro a janela e me jogo,
A fim de tudo acabar,
Eu não morri, meu quarto ruiu,
Mas o que é isto,
Que me perfura o coração?
O fogo não me devora. Morro por sua mão? Oh Jesus!.

By: AyKe.AeRa.

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