Rascunho de Estrelas

Morto como o sol as seis da tarde
De uma sexta feira de agosto
Em uma cidade destas qualquer para o sul.
Morto e bem morto até no fundo
Quando se é absolvido do crime
De matar sem piedade todo o amor.
Enegreceu o céu mais cedo.
Cadê o terror?
O que você fez comigo?
Por que tanta cor?
Qual é o motivo?

Não tenha medo,
Dizia ele todo cínico e dissimulado,
Com as mãos limpas e as desculpas mais sujas
Do que a marca de batom que ele tinha na nuca.
Do que adiantava me sentir amado, se ele não me amaria nunca?

Sim, coloque sua roupa de festa para cozinhar,
Com o seu melhor remédio para depressão.
Pegue duas velas vermelhas,
Cole a foto do desgraçado como decoração,
Prendida com uma faca amolada,
Faça-o olhar para tudo o que ele perdeu.
Cerejas vermelhas, uma fruta que não seja da estação,
Cozinhadas com o tempero da sua velha decepção.

Morto como o sol as seis da tarde
Dentro de um rascunho de estrelas.
Estou me amando meu amor,
Estou me amando!

By: Vicenzo Vitchella
Feito 26 de agosto de 2017.

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