Do Seu Amado Ventre

Eis que estou aqui,
Do seu amado ventre,
Do seu amor incondicional,
Eis que eu estou aqui.
Estava triste por que a minha vida estava perdida.
Mas o seu peito me trouxe a proteção necessária,
E os seus braços foram os melhores remédios,
Os meus poderosos sedativos que usava para esquecer minhas dores.
Hoje? Não tomo mais remédios para dormir,
E nem mesmo durmo, por que caí sobre um chão frio.
E sei que você não irá estar no seu quarto,
E nem irá me ver antes de dormir para que eu sonhe com anjos,
Ou com sonhos doces, sonhos bons e dourados.
Mas eis que estou ainda aqui.
Do seu amado ventre, eu estou ainda aqui.
Você não fica bem de branco hospitalar,
Você é linda com um sorriso estampado no rosto,
E nos encontros depois que voltava do serviço.
Neste horário hoje as lágrimas me invadem,
Por que não posso dizer adeus, quando nem mesmo disse olá,
Apenas disse eu te amo e isso tudo irá passar.
Mas não passou. Não mãe, isso tudo não passou.
Olhe mãe: eu não estou mais odiando a minha vida,
Eu cresci mãe. Eu já sou quase um homem formado.
Olhe mãe: eu ainda sou o seu garotinho loiro,
O seu filho, aquele que lhe pregava alguns sustos,
E que teimava pelo que parecia ser o mais estranho.
Quem cuidou de você minha mãe?
Você disse: “Volta para casa e cuida bem dos nossos filhos!”,
E quem cuidou de você minha mãezinha?
Você sempre será a minha rainha. Será aquele sol de uma manhã,
Depois de uma madrugada no relento frio e escuro.
Você sempre será todas as flores perfumadas da primavera,
E todas as gotas de chuvas que molham o meu rosto,
Todo o vento que imerge o meu corpo,
E todo o amor e as letras que existem em meus textos,
Os meus trabalhos e a minha vontade de viver.
E eis que estou aqui,
Do seu amado ventre, eu estou aqui,
Mas você sempre estará aqui,
Dentro do meu coração, nas minhas palavras,
Nos meus sorrisos, nas minhas vitórias e fracassos.
Eu te amo minha mãe.
E eis que ainda estou aqui,
Do seu amado ventre, estou aqui.
E nesta cara egoísta existe um garoto desprotegido,
Um garoto que não sabe falar e nem se comunicar,
Por que sua mãe lhe compreende,
Por que sua mãe lhe defende e fala por ele.
E eu sempre estarei aqui,
Do seu amado ventre, estarei aqui,
Por que nem sei exatamente como aceitei esta reviravolta,
Mãe descanse, por que isso ainda tem volta,
E não é vingança, é o amor que você me deu,
O garoto desprotegido que será sempre o filho teu,
Está virando um homem que não derrubam,
Um homem completo. Um homem invejável.
Não sei mais o que falar. Já chorei bastante por hoje,
E eis que estou aqui,
Do seu amado ventre,
Do seu amor incondicional,
Eis que eu estou aqui.

By: Vinicius Osterer
Feito em  de Setembro de 2015.

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