A Terra Do Semivivo

Feito em 20 de setembro de 2011...

Todos se olham e estão sozinhos na terra dos semivivos.
Os olhos se explodem na mais pura fantasia de um Halloween.
As crianças se mutilam na brincadeira do sangue,
As mulheres riem com suas tantas fofocas nas varandas,
E bordam com velhas bruxas já cansadas de escravizar aranhas.
Os homens batalham em suas surpresas diárias e assustadoras.
Papai Noel está no trenó, e as crianças assustadas já planejam,
Como derrubar aquele velho barrigudo do céu.
Querem seus doces e seus presentes.
Os jovens dançam em tonéis de tinta,
As moças dançam nuas pelas ruas,
E os moços dançam como palhaços sob a lua.
E divertem-se com tanta história para contar,
Para descontar ou fingir concordar.
As árvores de algodão-doce infestadas de ratos,
E as pessoas a rirem como pôneis mágicos do sol.
E o sol se nega a aparecer por rebeldia,
A lua encanta na noite por ousadia.
Essa é a terra da alegria do semivivo.
Tudo pode ser colorido e excitante, quando se vê.
Vamos lá! Você não gosta disso?
As sereias encantadas do inverno escaldado de chocolate.
Regadas ao melhor dos pecados marrons,
Da merda que cai do céu como milagre.
As estradas estão amarrotadas de pessoas,
De pessoas e suas carruagens encantadas,
Hoje tem o baile de Rapunzel,
A jovem de cabeleira comprida e dourada.
Ela é falsa como os sorrisos que me encantam.
Como as pessoas podem ser tão palhaças?
Nas esquinas os mendigos dão esmola,
Para os poderosos que não querem mais nada.
Nas escolas é estudado o crime,
Facilitando a morte dos que não morrem,
Ou dos que fingem viver sem saber vivendo.
Nas estradas de chantili as fadas pagam os seus pecados,
E os gênios presos em lâmpadas ficam admirados!
O que pode ser assim tão lunático?
Você pode dançar se você quiser.
Você pode matar se você quiser, é claro.
Mas quem é aquela galinha que me manda ser feliz?
Semivivo. Vivo quase sem cair. Você se acha tão galinha?
Sem pensar você consegue me ver?
Sem fechar os olhos os coelhos se rebelam.
As crianças se descabelam, e o sol entra em greve.
Cynara, cycynara, dança sobre o vento.
Pois ela nasceu em um determinado momento.
As estrelas lá do céu fazem fofocas sobre quem está aqui em baixo.
Sem saberem que estão sendo observadas,
Pelas peruas que gastam a língua e o salto alto.
Ninguém se esconde. Aqui é semivivo.
Ninguém reza. Aqui tudo é verdade.
Ninguém é assim trouxa, isso é saudade.
Eva é ainda amiga da cobra. Jesus ainda faz milagre.
Os cegos acham tudo uma bosta. Não estou pra caridade.
Bem feito é aquilo que se faz.
Bem feito é aquilo que é feito.
Que magia, que susto. Como pode?
Semivivo ou não, você já morto.
Semivivo ou não, você é torto.
Hoje o tempo não está para sair.
E lá fora as crianças malham Judas.
E as velhas idosas olham tudo com muito espanto,
Cantando as músicas de Cristo.
Escute os tiros. Você é o próximo semivivo, querido.
Sai dessa agora. Vamos, saia dessa! Vai criança má. Malhe Judas.

By: AyKe.AeRa.




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