O Ponche De Frutas

Feito em 14 de setembro de 2011...


É isso que me dão para tomar.
É isso que me mata a sede.
É isso que faz de mim, de mim o que eu sou,
Ou que tanto deixo de ser.
É com isso que perco a razão,
É com isso que perco a fé,
É com isso que perco a emoção,
Ou por que tanto me mantenho em pé.
Se eu sou louco, extravagante, sou maneirista.
Se eu sou sensato, linear e reto, sou clássico.
Se eu sou redondo, curvilíneo, sou barroco.
Se eu sou ousado e prático sou moderno.
Não quero mais saber de tanto rumores,
Que me digam, que me ditem, que me governem.
Não quero mais beber tanto disso tudo.
Posso e não posso. Devo beber?
Bóia maça, bóia cabeça, tome mais ponche!
Salada mista de um sonho de algodão de doce.
Que coisa ruim, isso é seu cheiro?
Acho que é algo que passaram em você.
Você bebeu? Qual o problema? Criança má não vai crescer.
Unilateral, ambigüidade, sem lados, eu vou vomitar.
Quem bate a porta pedindo ponche pensando ganhar?
Quem abre a porta e divide a bebida pensando saber mais?
Mas quem sabe mais não oferece, ou tanto finge não oferecer.
Sabe aquela sensação de alegria sem limites?
Sabe aquele momento que você fala com você mesmo?
Sabe aquela voz maravilhosa da sua cabeça,
Que tanto diz não faça isso, não faça aquilo?
Cor que tudo é cor te consome no abstrato.
Cor que é cor te devora no mesmo ato.
Cor é solução, e bebo ponche.
Não aceita mais um copo? A tanto ainda que se beber.
Não aceita mais um gole? O que você tem a perder?
Flor do campo, mariposa, visão nítida do inferno.
Beija-Flor, silvestre pássaro, visão nítida do inferno.
Entenda sobre vida, entenda sobre beber e se deliciar com ponche.
Uma vida, qual é seu preço, última chance dê seu lance!
Bebida má que me alucina. Não quero viver do seu veneno.
Noite de glória. Viajem é passado. Não quero mais o seu veneno.
Sínteses de noites de ponche e mais ponche.
Divirta-se e comemore tanta mídia o impressiona?
Alegre-se é a vida, você não produz você consome.
Aceita mais um copo? Posso encher até a borda?
Não derrame, não desperdice, esse pode ser o último.
Por acaso você viu algo tão grandioso cair assim?
Em grandes crateras, em grandes momentos,
De tantas eras e tantas desgraças, apenas um onze.
Como assim você não sabe? Aceita mais um copo?
Isso é fato! Olhe o pônei! Suba ao círculo do fogo do sol.
Promessas de uma noite tão errante.
Sem doer eu como vento, eu sou o vento, você já sabe.
Já doendo um descuidado, um operado, um humilhado, por que Jesus?
Olhe o sol que transparece por sobre nuvens em tanto céu!
Eu bebo ponche, eu cuspo ponche, eu falo ponche. Aceita mais?
Pesada é a cruz? Pesada é a luz? O que pesa mais é o ar.
Iludido, amarrado, sem conexão e isolado, o fim é doze.
É penoso, mais bebo muito, e te ofereço apenas um gole.
Orgulho? É para fracos. Não me orgulho por nada.
Sensatez? É para os loucos. Não sou nem um pouco sensato.
Senhora fada, a mãe duende, o pai gnomo e a avó que não chora.
O pesadelo, o seu sangue, o seu medo, o seu rebanho.
Pensamento sem fé. Um vazio tão profundo.
Humilhe-me por quem eu era. Pois quem eu sou não lhe agrada.
Você se lembra? Eu não me lembro.
Aceita mais um gole? Acabou. Quer mais vai ter que comprar.

By: AyKe.AeRa.

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