A Listra BETA

Feito em 05 de setembro de 2011...


Domingo. Na verdade madrugada de segunda.
Aqui nada é como parece ser.
O mundo lá fora é perturbador.
O mundo lá fora está simplesmente lá fora.
Entre tantas cores e listras,
Uma zebra diz-me bom dia,
Mas ainda não é dia, e não existem zebras falantes.
Não sei se minha loucura me impressiona,
Ou se o sono me domina de vez.
Conto para alfa a minha estrela do céu,
Amigo da zebra de listras beta.
Não posso ser assim diferente e devo sorrir?
Meu sorriso não impressiona, ele não é verdadeiro.
E se não quiser sorrir, entenda o problema é apenas meu.
O sol risca o céu que até antes era preto,
E a zebra pega seu rumo e vai embora.
Só podia ser uma zebra, ela tinha listras.
Bom, minutos antes me trancava no banheiro,
Horas depois estava ali no mesmo lugar.
Pela janela do banheiro apenas eu e a lua.
E a zebra que apareceu como uma metida.
Eu vi algo que me assustou. Ainda é madrugada?
Tenho medo, mas não olho para os lados.
As pessoas se envergonham,
Não precisam de muito para se envergonhar.
E as noites me sufocam com pensamentos,
Meio loucos, meio indecisos, que não param de me perturbar.
O sol não pode ser negro. Minha noite mágica.
Quero comprar e esse é meu defeito.
Bom, por hoje acabaram as minhas expectativas.
Tantas contradições que não posso mais acreditar.
Preciso acabar com meus intermináveis pesadelos,
Onde sempre morro no final,
E começar a acreditar nas pessoas,
Que sempre mentem por sinal.
Não sei. Não sei mais o que pensar.
Fui esquecido pelas estrelas e vago aqui tentando me encontrar.
Os belos sonhos das noites,
Quebram-me a cabeça tentando me avisar,
Ou me prever de alguns fatos,
Dos quais não quero nem acreditar.
Essa zebra ainda me mata. Listra beta na cabeça.
Uma listra branca e outra preta.
Qual será a sua cor real?
Tantas semelhanças que não posso mais ver.
Aonde cheguei. Até que ponto eu pude me abandonar.
Não sei mais que sentido tem ficar aqui parado.
Em cima de um computador lacrado,
Nesses textos sem pés e nem cabeça.
Jurar pode não ser fácil,
Quando o sangue é mais forte.
Mas tenho certeza do que faço, confio na sorte,
Ou nas pessoas que tanto dizem compreender meus atos.
Quem sabe nasci assim, um quadro abstrato.
Aceito sim zebra, vamos fumar junto na madrugada.
Descobri o quanto a vida pode ser curta,
O quanto à vida pode ser malvada.
Mas valorizo o que tenho, e busco pontos ao meu favor,
Complico até meus pensamentos,
Para morrer sem tédio ou pavor.
Esqueci-me de perguntar sobre você zebra,
Me leve junto para seu mundo.
Quero conversar com você durante os meus dias,
Enquanto lamento pelo meu cataclismo profundo,
Minha depressão é vivada assim lado a lado,
Com cada listra beta que te envolve minha zebra.

By: AyKe.AeRa.

Comentários

Postagens mais visitadas