Conchas

Feito em 11 de Dezembro de 2012...
Estava tudo planejado não tinha como dar errado.
Diga-me um motivo para não renascer das cinzas.
Os portões da arte foram todos liberados,
Lá vem Vênus, a Renascença e as brisas,
Soprando em um Botticelli, paisagístico e romântico,
Felizes os grandes renascentistas, vida, forma e o Atlântico.
Conchas. Um punhado delas. Quatro mortos boiando no mar.
Conchas. Um punhado delas. Deixe a onda te levar.
A areia. Aquela vida sem sentido,
Sem vontade, ou sem qualquer olhar temido,
Tudo pode. Tudo eu sou. Tudo existe.
As ondas do mar vêm e vão, me deixando mais triste.
Sentado na mesma posição olhando para o mar,
Conchas. Um punhado delas. Deixe a onda te levar.
Rotina vazia, olhando para o sem fim que entra pela janela do carro,
Eu me desapego, me liberto, me julgo certo, me desamarro.
Ouvi dizer por aí que ele mudou para melhor,
Ouvi dizer também que está mudando a sua vida,
Ouvi dizer que nada mais será pior,
E que ele ri de toda a experiência já vivida.
Mova o seu traseiro da areia, não fique olhando o mar,
Abra os seus olhos, respire bem fundo, e vai se matar,
Se jogue na vida, se faça nascer das cinzas,
De tudo isso que vai começar.
Não dê a mínima bola, para o que dizem ou vão pensar!
Você nasceu para isso, então se deixe brilhar,
Não quero mais ver tristeza em seus olhos,
Não quero mais drama por que nunca quis tentar,
Eu quero ver a vida valendo à pena,
E os motivos são tantos que não podemos contar.
Um robô pode ser feliz se for bem programado,
Feliz sozinho ou com alguém do seu lado,
E a sorte de rodar a roda e ver o prêmio que recebeu,
Alevantar do fundo do mar, enfim você cresceu.
E que as ondas do mar levem embora aquilo tudo que me constrangeu,
Aquilo tudo que nunca fui eu,
Eu posso ser mais do que essa palhaçada toda,
Eu posso fazer melhor do que penso,
Eu amo o que eu faço, não penso mais em talento,
E abro os meus olhos e fico atento.
O horizonte só muda quando você anda e vira a cabeça,
Quando você coloca a vida na avessa,
Na linha do trem que passa por cima sem dó,
Quando você perde a preguiça e desata o nó,
Da corda que você mesmo passou no seu pescoço.
Não há problema com o seu mundo, você que cria alvoroço.
Subindo a serra de volta ao presente,
Mudança na vida, eu estou mais ciente,
Do que quero para mim. De onde eu posso chegar.
Não posso desistir dos meus sonhos. Tenho que continuar a caminhar.
Posso ter dor. Mas não é uma dor que irá me derrubar,
Quando era normal perdia as contas do que tinha que suportar.
Hoje perdido, estranhamente eu faço por fazer e desejar.
Não posso mais ser aquele velho garoto, eu tenho que me transformar.
Quem sabe você nunca mais me veja por aí bebendo,
Ou nunca mais me veja com uma cor absurda no cabelo,
Mas é que mudei e fui aos poucos crescendo,
E não posso ser considerado nenhum exemplo ou modelo,
E isso não é depressão. Isso não é tristeza.
Isso é a minha nova vida, a minha incrível proeza.
Eu sou esse que sempre quis ser.
Renasci da minha crise de identidade.
Matei no mar os meus imprestáveis costumes,
E não ficou em mim nem mesmo saudade.
Não dê a mínima bola, para o que dizem ou vão pensar!
Conchas. Um punhado delas. Deixe a onda te levar.

By: JeAAne.ELeVen.

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