Naquele Cesto Há Flores!

Feito em 30 de julho de 2011...


Naquela velha casa mora a senhora da bicicleta azul,
Na casinha da floresta tenebrosa.
Velha senhora. Naquela cesto há flores!
Ela desce pelo caminho. Ela se faz algo tão grandioso.
Ela pode ser e não pode.
Ela busca pelas flores do caminho.
Seus anos se veem na sua cara. Ela busca flores!
A velha colhe suas ervas. A velha da bicicleta azul.
Ela prepara seu ritual. Precisa das flores.
Velhinha da casinha da montanha.
Naquele cesto há flores!
Grita por seu gato que anda pela vizinhança.
Pega sua vassoura. Não ela não voa. Ela apenas limpa sua casa.
Quem vem lá junto da lua?
A velha se arruma para o encontro.
Guarda sua bicicleta azul. Tranca seu gato.
Ela põe em um vaso as flores.
Ela escreve olhando a lua.
Ela chega. Junto da lua ela chega.
Bate na sua porta. A casa se torna fria.
A velha sorri. Ela está preparada.
Velha bruxa da montanha. Chegou sua hora.
Abre-se a porta como em um suspense existente.
Alguém aparece. A velha se entrega.
Era sua hora. Havia chegado seu momento de glória.
Ela se lembra de seus momentos tão felizes.
Ela se lembra das discussões, das decepções.
A velha está feliz. Ela se entrega.
Naquele cesto ainda sobram flores lá fora.
Ela olha fixamente. Ela é ele.
Por isso suas recordações.
Era o momento. As flores estavam dispostas no chão.
Ela ouvia que ele a chamava.
Ela sorria. Sabia o que aconteceria. Era seu momento.
A velha bruxa da montanha. Da bicicleta azul.
Olha a lua. Não como em despedida. Como um simples olhar.
Ele se veste em negro. Ele a olha fixamente. Era sua hora.
A velha bruxa não treme. Apenas recorda seu passado.
As flores do cesto se vão com o vento da noite.
A lua migra ao céu. A velha se assusta com a face que a olha.
Ele estava ali. De pé perante sua pessoa.
Ela não se move. Ela apenas espera ele chamar.
Ele diz sua primeira palavra. A importância foi grande.
Era sua hora. Havia chegado o momento. Enfim morrer?
A lua a olhava. O gato a encarava. Ele a chamava.
As flores pareciam querer gritar pelo frio que as congelava.
A velha sorri. Ela sabe do que se trata.
Ele voltou. Ele está volta. Era chegada a hora.
A velha segura à mão dele. Sorri. Ambos vão para a luz da lua.
Dançam enfim a última valsa. A velha se despede da lua.
Sobre um canto das flores da manhã,
Ela anda e voa para o infinito. Ele a faz dançar.
Não a dança dos mortos. Mas a valsa dos apaixonados.
Ele retornou. Após longos anos.
Ela a velha bruxa da bicicleta azul o acompanha com os olhos.
Em sua feição nada mudou. Apenas umas rugas a mais.
Ele diz que a ama. Ela olha a lua.
Assim se completa a noite, sobre os olhos vigilantes do gato.
A velha despede-se. O sol mostra sua cara.
Ela passa um café fresco para ele que retornou.
Ele sai. Para mais um dia de trabalho.
Velha bruxa da montanha. Busca por novas flores.
Em um momento onde seu mundo renasce.
Após uma noite de pura mágica e reencontros.
A velha pega seu gato. A velha pega sua bicicleta.
Naquele cesto há flores! Breve dia.

By: AyKe.AeRa.

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