Sexo Masculino
Eu amo ser homem.
Eu amo ter barba para fazer.
Eu amo ser homem,
E gosto de ter cabelo para aparar.
Gosto de beber e de me fartar,
De um belo par de seios, como não?
Gosto de pescar e de morenas,
Das mais pecadoras às ingênuas,
E gosto de alisar um corpo de mulher,
Na penumbra, com a janela aberta,
Fazendo inveja aos anjos e santos.
Mulher é tão bonita quando sorri,
Com um belo par de olhos,
Com um filme todo sempre na cabeça,
Uma citação e uma música favorita,
Um receio de que todos os homens não
prestam,
Que são loucos e mascaram más
intenções.
E vai ver, quem sabe, todos nós
homens escondemos.
Eu amo ser um homem e ter pelos,
Ter a serenidade do flertar com as
bonitas e ajeitadas,
Mas não ser um cafajeste, esquecendo
das menosprezadas.
E amo ser um homem e beber a minha
cerveja,
Com um bom e belo destilado,
Para me sentir um pouco mais
adaptado,
Um pouco menos estranho do que sou
por natureza.
Eu amo ser um homem e tirar fora para
gozar,
E amo um bom par de lábios com batom
vermelho,
Aquele beijo molhado de segurar no
cabelo,
E tudo o que vem depois dessa
história.
Mas quer saber o que me impressiona?
A velha mania de ter que se encaixar,
Dentro de um pacote com técnicas já
prontas.
Por que não posso me letrar e
cozinhar?
Por que não posso sentir e chorar?
Por que não levanto minha bunda do
sofá e lavo minhas roupas?
Por que não posso tingir o meu
cabelo?
Por que não posso gostar de me olhar
no espelho?
Eu não sou um filhinho da mamãe, já
fui desmamado,
Sou um homem que se ama e isso não é
errado,
Gosto de não ter que falar de futebol
e mulata,
E de ouvir Tchaikovsky e ser uma
pessoa grata,
Por não ser um vampiro de Crepúsculo
e ser real,
Ter fome, ter sono, sentir e chorar,
ter desejo sexual.
Minha alma não está presa em um corpo
masculino,
Eu sou um homem e gosto desta porra
toda.
E gostar de outro homem não irá mudar
nada,
Vou ter o mesmo pinto e aguentar
qualquer parada,
Por que eu gosto disso tudo que eu
vejo no espelho:
Esse cabelo ressecado, esse punhado
de ossos,
E essas tantas certezas, estes tantos
sorrisos.
Esse aspecto meio rígido, dedos tão
grossos,
E meus pelos dos braços tão claros e
lisos.
Não tenho o dever de ser como os
outros,
Tenho o direito de ser da minha
maneira.
E posso tumultuar sua cabeça com
pensamentos soltos,
Mas vou ser um homem mesmo que você
não queira.
Eu amo ser um homem,
E ter barba para fazer, um pinto para
coçar,
E muito amor no coração para
distribuir,
Sem ofensas e julgamentos para
agredir,
Por que sou um homem e não uma
agressão.
Sou esse punhado de coisas com uma
pitada de escuridão.
Ninguém me tira este direito:
Eu sou um homem do sexo masculino.
By: Vinicius Osterer
Feito em 29 de setembro de 2016.
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