DISCOESIA BRILHANTOSA
Não toque no meu nome, não fale nada
agora.
Estou arrumando o meu cabelo com
spray de fixação.
A LUA está no céu, então eu sou o lá
FORA,
Eu sou o infinito da massa escura sem
dimensão.
Afaste todos os móveis da sala,
coloque o perfume de rosas,
O disco que eu lhe dei cheio das
minhas poesias tenebrosas,
E aquele belo par de brincos, herança
da sua família.
É tempo da brilhantina,
E não posso conter aquilo que você
pensa sobre mim.
Eu risquei com giz o chão. E você
passou a ser minha invocação,
A LUA está no seu corpo branco, então
eu sou o lá DENTRO,
O jovem depressivo e sem talento,
E sou a infinidade de nomes que
habitam a sua alma.
O sol é decorativo nesta poesia de
merda.
Deixa a minha alma preencher esta
escrita,
Engrandecer as palavras que não fazem
sentido fora do círculo,
Arraste os móveis e se divirta, eu
não minto,
A LUA ESTÁ DENTRO E ESTÁ FORA.
A LUA ESTÁ AQUI E ESTÁ AGORA.
ME AME E ME DEIXE PARTIR,
FLUIR COMO O AZUL QUE FLUI DOS SEUS
DEDOS.
O azul líquido que gira os seus
sapatos lustrados com verniz,
Com a cor vermelha do seu nariz,
Por que somos palhaços e abobalhados.
Se A LUA está aqui, está por TODOS OS
LADOS.
O brilho é desta linda bola de
espelhos prateados.
Não quebre a corrente de energia
secular,
A pista de dança é a sua sala de
estar,
E o seu corpo é o veículo de
movimento,
Em uma via que cruza a linha do
pensamento,
Com o colorido da década de cinquenta
e tantos,
Das pupilas arregaladas pelos jovens
não tão santos,
A GERAÇÃO QUE NÃO SE PERDEU.
A LUA FOI O QUE VOCÊ ME PROMETEU,
MAS NÃO SE PROMETE O QUE NÃO SE PODE
PROMETER,
O CÍRCULO AZUL QUE ACABA DE LHE
FAZER,
O último dançarino que ainda tem o
gel na cabeça.
Não toque no meu nome. Não me mostre
para o espelho,
Estou arrumando o meu cabelo que não
tem mais solução,
E eu corro da sala para a cozinha e
acabo no banheiro,
Jogado sem roupa bebendo vodca sobre
o chão.
VOCÊ ME PROMETEU A LUA.
E EU ACREDITEI NA SUA PROMESSA.
E essa dança que sempre foi a sua,
Acabou me deixando na pista vazia, no
fim da festa.
A LUA está no céu, mas você foi
embora.
E com você todas as maldições se
cessaram,
As pilhas de roupas só se amontoaram,
Mas me deixa perder a noção AQUI
DENTRO.
Se você não voltar eu só lamento.
A minha sala sempre foi um grande
palco.
By: Vinicius Osterer
Feito em 10 de setembro de 2016.
Feito em 10 de setembro de 2016.
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