Es(En)ganação

Ontem escrevi que não queria mais amar você.

Ontem declarei a sua morte oficial.

Mas não consigo. Quero falar de você.

Quero falar para você o que sinto em estado normal:

Eu te amo.

Mas o que você vai fazer com isso?

Uma hora é desamor, na outra é decepção.

O que está acontecendo com a minha percepção?

Você faz eu me enganar e faz eu não me conhecer,

Faz minha cabeça rodar e faz o dia amanhecer,

Por que fico sentado na cozinha vendo o mundo passar,

As pessoas dormindo e eu me iludindo sem parar,

E eu não consigo fechar os olhos sem ver o seu rosto.

O que você quer de mim afinal?

Eu já passei por isso, estive do outro lado.

Mas isso não é provar o próprio veneno,

Isso não me deixa nenhum pouco culpado,

Com algum sentimento mórbido ou ameno.

Sou eu que me iludo facilmente.

Sou eu que coloco você onde você não existiu,

Eu que complico a minha mente,

Com um passeio de mãos dadas dentro do meu vazio.

Você é muito bom para ser uma verdade.

A verdade não está escrita nos seus olhos.

Mas, ao mesmo tempo eu quero lhe esganar,

Por que você não vale nada, só sabe ludibriar,

E não é assim que eu resolvo as coisas.

Eu te amo parece perder a simbologia,

Quando você diz absurdos em demasia,

Defecando pela boca suas obscenidades.

Eu te amo em diferentes graus de insanidades,

O menino, o despudorado e aquele dos seus olhos,

Que antoja a parte superior da sua face refrescada.

Eu não consigo mais ponderar sobre nada,

Você é a ponderação desses meus dias.

Eu te amo. E o que você vai fazer com isso?

Vai me dar um perdido com um belo sumiço?

Depois diga-me que o amor não é o maior sentimento do mundo...

Que não é uma confusão que lhe deixa nauseabundo...

Como eu quero lhe esganar!

E me enganar um pouco menos, por que não?

By: Vinicius Osterer

Feito em 01 de Outubro de 2016.