AO MAR?

Entre as águas salgadas e submarinas,
Que entram e saem das minhas narinas,
Encharcando meu corpo sem ar e sem dor:
Eu quero “almar” e quero o amor!
Quero minha alma e toda sua cor,
Quero me afogar dentro deste verso.
Te amo: constelações de estrelas, cometas do céu, nuvens.
Te amo: amigos fraternos, bebida gelada, sorrisos.
Te amo: minha terapeuta, minha terapia, submergindo.
Te amo: assim tão longe, aqui tão perto, e fugindo...
Antes ser conhecido como alguém que ama
- AO MAR, Marinheiro!
Do que como alguém que não sente nada.
- AO MAR, Marinheiro!
Amar mesmo que a pessoa errada,
Antes amar o errado do que cativar mentiras,
Não quero um amor de filas,
Um para cada dia da semana,
Frequentando e saindo da minha cama
Como alguém que tem um ciclo programado.
Quero aquele amor desregulado,
Amor febril e adoentado,
Que não se confunde com fixação e problema.
Um amor de sol intenso e de lua serena,
Um amor que faz bem e não seja culposo,
Que não me decepcione me chamando de mentiroso.
Resolução do Ano Novo? Amar.
Amar o sentimento amor e não uma pessoa amada,
Não criar e nem inventar uma história não racionalizada,
Baseada no personagem da própria ficção,
Amar de verdade e não a invenção.
- AO MAR, Marinheiro, se afogar de amor!
E que o amor entre na sua vida e não saia,
Que por mais que queira você não caia
Dentro das tempestades dos sorrisos mentirosos
Porque de mentiroso já tem eu e minha palavra no mundo
Tem este poeta que sabe que bem lá fundo
Não existe rima pior do que esta.
Te amo: fazendo em mim uma festa
A festa das lágrimas que foram salgadas,
Para as pessoas que não podem ser amadas,
Para as pessoas que não sabem como amar.
Amar?
Sim. Amar.
Amar se aprende?
Não. Se sente.
Amar se sente, amar se faz, amar...
Amar aquele lindo verso de Drummond sobre o mar,
E as coisas que ele traz até a praia.
Amar com seda e com navalha,
Amar seriados, e amar a mim mesmo,
Amar o minuto, o perfume e o chapéu.
A peruca, e tudo que cair do céu,
Mesmo que um avião, uma nave ou um planeta,
Amar um pinto, uma ideologia ou uma buceta,
Amar o conforto de quem dorme na sarjeta,
AO MAR?
Sim. Ao mar, Marinheiro!
Não ir “ao mar” desta forma nojenta que você ama,
Não implorar sentimentos e nem palavras,
Nem invadir territórios e destruir as casas
Matando e sodomizando as pessoas com um tsunami bélico,
Um poema apocalíptico e evangélico,
Não trazendo e nem deixando nada na praia...
Quero me afogar dentro deste verso.
Quero me afogar dentro deste verso.
Quero me afogar dentro deste verso.
Resolução do Ano Novo? AO MAR, Marinheiro!

By: Vinicius Osterer
Feito em 17 de Dezembro de 2017

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