-ISMO

Des-confronto.

Afronta? Eu afronto!

Desconforto. Emocional?

Já nem carrego... a cidade continua suja Caio,

Sem publicidade, sem calor-afeto, no fundo do armário

[sem saída-sem rua]

A chuva santa bate nas pedras do que sou fixo,

Nascido, agrupado, discursado:

Dis-cursante:

Ismo de doença, para um ignorante,

Que não eu e você – escrevo e apago.

Soco na boca do estômago,

Fresta dentro do peito,

Com R carregado, do fundo do espaço

Que sou, que não é festa. Me enterram.

 

“quem devemos subjugar agora?” a sinfonia do silêncio escurece meu quarto, cheio de ausências. Pois não me tenho... Não me tenho como não sou presença. Me atento a discursos e falações que apertam, minha garganta hepática de menino-meio-homem-dançante-animal que cruza as meias-noites descalço. Há espaço para se “ser”? retomo: Há “espaço”? dou espaço com a tecla no computador e construo uma oração fraca. Me apego... a Falsa ideia de estar sendo-lido-coisado-plural-diverso e me contento com a Verdade: meia folha em branca, sem troca, encanto... Doente e carregada de palavras-mortas, e cheias de vida. Maniqueísmo patético, do eles e eu-não posso-não sou-não deixam-negado. Ismo-à esmo-minha asma- eu choro... Eu sou grupo de risco desde que aprendi a falar “Mamãe”, ou escrevi meu nome ignorando o acento. Tento, mas

 

A cidade continua suja Caio.

Tentei, tentamos – fiz um breve ensaio,

Amolece meu coração,

[Maquinário desdenhoso que regula as engrenagens do não-mundo]

FICÇÃO;

Luz, câmera, ação:

- Descontente-apático-mecânico-ordinário.

Me enterram com uma cacetada,

Abaixo da linha dos ossos primitivos e sub-tropicais.

 

By: Vinicius Osterer

Feito em 24 de abril de 2021.

Francisco Beltrão, PR.

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