Café Ocean

Meus pés balançam e minha mão se ergue,
Está chovendo em todo lugar lá fora.
E a luz crepuscular que ascende a minha memória,
Está encharcada com mais café e açúcar,
Café com açúcar e leite.
Então alguém me pega e me usa,
Por que eu quero ser como o mar,
Eu quero ser o mar, eu sou o mar,
E eu também sou seu em todo lugar.
Mais café com leite e açúcar, por favor.

Sou uma formiga bailarina enviesada,
Com patas para cima em um foguete de torrão,
O caramelo derretido na boca da diabete.
Um demônio triangular que se repete,
Em mais uma fatia de bolo com recheio.
E eu quero ser o seu cabelo,
Para ficar sobre você e com sua mão,
Em uma linda música acompanhada do violão,
Onde eu sou o mar e você é a canção,
E uma fatia de bolo com recheio.

Deixe que passem as horas e os minutos,
Eu não estou acorrentado nesta desgraça,
E essa chuva lá fora que não passa?
A terra está toda encharcada de vida.
Imergir como uma semente em solo fofo,
Imergir de um líquido viscoso e colorido,
Com a melodia perfeita de um brasileiro bandido,
Que faz crescer em mim um oceano estrelado,
Oceano de estrelas em um mar escuridão,
Imergir neste momento dentro do meu próprio refrão,
Por que eu quero ser a música, e eu sou a música,
Não sou as horas e nem esta porcaria toda de tempo.

Querer um pouco de ar que é respirável não é de se admirar,
E eu quero o seu inteiro assim como eu sou o mar,
Em um filme esquisito do expressionismo alemão,
Um oceano carregado de um tom escuridão,
Mas florido com as estrelas de um recheio de chocolate,
Meio doce e meio amargo, com leite, café e açúcar,
Molhando a minha boca, encharcando a terra,
Como chove lá fora!
Tem tanta vida lá fora!
Mas tem tanta vida aqui dentro,
Tem tanto mundo dentro do mundo,
Tem tanta gente dentro da gente,
Que não tem nem uma certidão de existência,
Café com leite e mais paciência,
Eu sou um oceano de escuridão e de estrelas,
Sentado aqui dentro do Café Ocean.
Como chove lá fora!

By: Vinicius Viniver
Feito em 19 de agosto de 2016.

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