O Garoto Sem Charme

Feito em 13 de Fevereiro de 2015...
Pela primeira vez não se trata mais do meu jeito de ser,
Do meu jeito de imaginar, de sonhar e de criar,
Do que eu estou sentindo ou do meu jeito de amar.
Quem sabe seja dessa vez, meus pensamentos destrutivos,
Onde elimino a minha chance de respirar com os comprimidos,
Doses de remédios irremediáveis para sentimentos tão deprimidos.
E se as chances se esvaírem e eu não puder mais controlar?
Não puder dar mais os passos que tanto dei no escuro,
Em um lugar solitário aonde eu sempre me senti seguro?
Pela primeira vez na vida eu vejo com maior clareza,
Os fatos, as perspectivas ou as pessoas que me rodeiam,
Que me amam, que me desprezam ou que me odeiam.
Eu estou tentando resistir a essa tentação que me consome,
Tentando mudar o que dizem que não se muda,
Um passado agarrado que não mais me ajuda,
E com singelo respeito a tudo que já fui e eu criei,
Eu peço licença para falar uma grande verdade,
Prefiro a sandice da minha vida a ser um grande covarde.
E não ache que eu nada faço, que eu nada sou e me calo,
Eu sou um ser humano governado pelos meus atos,
Justificado pela minha maneira de encarar os fatos.
Por que a vontade de morrer ainda é tão incompreendida?
Por que ela é justificada por um sentimento de depressão?
Eu me vejo feliz quando sei, que irei acabar em um caixão!
Existe um discurso social que não traduz,
As vontades próprias e individuais de cada ser humano,
Um bicho de cultura impopular e imprópria tendencioso ao profano.
E eu até cansei dessa forma humilhante de justificativa,
De que eu sou o errado dentro de um mundo tão correto,
Dentro de um grande vazio que é imundo e indiscreto.
E se nada mais fizer sentido eu ainda irei querer me matar,
Aliviar as dores e os julgamentos que me fazem crescer,
Uma alma indignada por não conseguir mais viver.
Nem todo sorriso é esboço de uma felicidade,
E eu estou tentando mostrar quem sou eu pela primeira vez,
O garoto sem chance, sem charme e que não fez,
Aquilo que tudo mundo sempre faz.
Não é eu queira me matar, mas eu não queria estar louco,
Melhor seria a morte do que viver por tão pouco.

By: Vinicius Osterer

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