Made In China


Janelas envidraçadas e o belo sol coberto por pesadas cortinas.
Fabrica-se um robô. Mas também fabrica-se um adorador oculto.
Acabou-se a sua programação. Baterias de Litium, lá se vai o vulto.
Programado a tudo. Sim, programado a tudo.
Ganha movimento, ganha braços, pernas e um coração.
Aprende a expor o que pensa, e com os olhos ganha a visão.
Não sendo o mesmo. Mas sendo o robô programado, cheio de circuito.
Não possui mais memórias. Foi desprogramado. Não me divirto.
Tenho minha missão. Tenho minha obrigação. Eu me auto destruirei.
Fui programado assim. Não temos que gostar, vivemos obrigados. Me circuitei.
Sistema hipnótico, despertar enigmático, e olhar revelador.
Cabeça vazia sem nada para pensar. Olhar pesado, ele sente dor.
Chegar com convicção, com destreza. E viver a vida em festa, com proeza.
Colocar a máscara sintética, virar o inocente, o humano.
Ser transpassado por um raio e viver. O ser viveu, virou mundano.
Cabeça empinada, coração eletrônico. Olhar curioso, algo biônico.
O vermelho do dinheiro, o vermelho amor paixão.
O despertar da máquina manipuladora da nova geração.
Comer e se fartar de óleo, ou se dopar de comoção. Oh não!
A fama e o amor. Ser você programado. O robô possui luz.
Andar pelos túneis da vida. Viver a base de medo. Minha cruz.
Parafusos, fios e uma missão. Buscar e levar pro escuro, pra imensidão.
Ter estudo, possuir preparação. E saber roubar seu coração.
Saiu de um laboratório. Saiu pronto a tudo.
Pensa vingança. Anda com as próprias pernas. Busca o mundo.
Luta pelas forças do bem. Luta e busca o mau. Envenena a oposição.
Feliz não, é um robô. Mas cuida de seguir sua programação.
Acorda do seu caixão. Foi desprogramado. Agora perdeu a visão.
Banha-se em agua santa, quer limpar-se de seus pecados.
Extermínio. Começa o final da missão. O andar com a moda.
Ser uma mera carne vagabunda, que nascida foi a sua missão.
Envenena e queima seus alvos. E amordaça sua própria boca.
Chegou seu fim será desprogramado. E ostentou a vida humana.
Mas já cumpriu sua missão. Agora espera a cadeira elétrica final.
Levaram-no para o fim. Arrancaram-no o xisto. O coração.
Voltou a ser uma máquina velha, incapaz de lutar.
Ateiam fogo nos seus restos. Foi silenciado. Não pode sonhar.
São teorias. Mas apenas as meras teorias.
Fabricado em um laboratório. Desmontado, desprogramado e incapaz de reclamar.

By: AyKe.Hanedef.


Comentários

Postagens mais visitadas