Lágrimas de Sangue


Empolgado por festas, por lugares.
Empolgado pelo dia, por imaginação.
Com tantas incertezas e buscando por exemplos.
Realçando o belo e elevando patamares.
E em um canto recolhido, adquirindo inspiração.
E o tudo bastou-se. Todo o esforço, em nada germinou.
Tudo explodiu. E com as lágrimas de sangue, me desmontei.
Tudo era falso, era ridículo. E eu era cego.
E naquele canto fiquei. Saí de lá com meu destino.
Empolgado sim, novamente. E este ser novamente sorriu.
Não frustrou-se. Não se descabelou.
Apenas fugiu atrás do orgulho próprio. Do seu sonho.
Buscava nas pessoas, em todas elas, suas respostas.
E o sonhador, depois enfim, criou coragem e sumiu.
Pensou demais e explodiu. Maravilhou-se com a vida.
Arquivou o seu único passado.
Transmutou suas lágrimas em ouro.
O sangue virou água, envenenou seu coração e o paralisou.
Conheceu a face do desconhecido, do paranormal.
Brincou, lembrou, admirou, gostou e buscou o mau.
O mau imposto. O secreto mau.
Viu sua própria face e admirou o concreto, o físico.
Buscava respostas. E também um dos tantos sonhos.
A familia perfeita que tinha em mente se desfez.
E ele teve que unicamente se bastar só.
Um pouco tímido e distraído, buscava "algo".
Da sua maneira e o "seu algo".
No fundo do poço, viveu sua vida.
Todos temos problemas e ouvimos problemas.
Só não temos soluções. Curiosidades, admirações.
E o que ele, este ser, mentiu se tornou real.
E se bastou só. Desmaterializou seus objetivos.
Nunca seus sonhos. Nunca esquecerá eles.
Eu sou eu, sou você, sou só.
Sou feliz, sou alegre, empolgante.
Sou oculto, sou romântico, sou secreto.
Não me escondo, não espero por sua dó.
Sou horrível, insuportável, desprezível, ridículo.
Lágrimas de sangue viraram ouro.
Se transmutaram. Se esgotaram. Muito pouco me sobrou.
E as ofensas que este ser aturou, se tornaram força.
Não foi para nenhum lugar, colocou a cabeça em ordem.
Frustrou-se por pouca coisa, heresia e blasfêmia.
Mostrou justamente o porque. Os seus dentes.
Seguiu seus instintos, seguiu realmente sua vaga idéia.
Voltou e continuou no pecado.
E com o choro, este ser soluçava. Sabia ser o mundo.
Continuou suas preces. Venceu novos conflitos e batalhas.
E guardou os seus segredos. Revelou sua negritude.
Sofreu calado. Aguentou. Mas em nenhum momento revidou.
Não se decifrava. Não lia sua cara mascarada.
Situação de conflito. Percepção de imortal.
Olhos negros, inchados, porém belos com perguntas.
E com a transmutação este ser não alivia a dor.
Não alivia o seu ridículo. A sua submissão.
Seu medo de que tudo que restou, se desfaça,
E que tudo vá espaço à fora. Que evacue.
E com a confusão, sua mente entra em panê.
Você não reage bem. Espera o ataque para atacar.
Vê seus monstros e suas dores.
Tudo é muito confuso agora.
São lágrimas de sangue que se transmutaram em ouro.

By: AyKe.Hanedef.

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