Philadelphia

Quando eu chovo no fim da tarde,
Eu vou para a Pensilvânia buscar minha fé.
E quando eu traço meu objetivo,
Eu sei que é guerra na certa.
A guerra pela minha independência própria.
Estou sendo jogado ao vento,
Na sorte extrema do saber e não fazer.
Preciso de um amor fraterno e não de um conjugal,
City of Brotherly Love, Philadelphia sentimental,
Lutar por alguma coisa sempre faz sentido.
Eu chovi para poder afastar o perigo,
Que abriga a sua tentadora ficção de ser grande,
Não sou tão pacífico como Gandhi,
Mas me custa acreditar em homicídio moral.
Eu tento não ser imigrante, tento ser humano,
Mas o governo não me quer para o seu plano,
Nesta crise humanitária que me restringe liberdade,
Lutar acima das circunstâncias pela humanidade.
Chover na minha cama sem os seus olhos,
Que me tiram desta crise do subúrbio americano,
Um latino, refugiado ou um africano.
Onde fica o pedaço de chão que deve ser meu?
O sonho da vida estrangeira que me acometeu,
Desligou um pouco os sentidos conscientes,
Gravitamos em um sistema de dementes,
A minha Philadelphia da independência,
Sem a força brutal da arte da violência,
Eu só tento pagar as minhas contas!
Sou um produto de exportação, humano irregular.
Desnudo na América, mesmo sendo americano.
Esse punhado de coisas ainda sou,
Ainda estou aqui por baixo das fantasias,
Das letras escritas atrás das decepções vazias,
Dos sorrisos forçados e das falas reguladas,
Dos enigmas sem sentidos, das palavras inventadas.
Philadelphia da memória do que eu já fui.
O amor fraternal nos evolui.
Eu posso ser um socialista moderno,
Sem o medo de queimar no inferno.
Eu tenho a lua nova nos meus ossos.
Não posso chover na tempestade,
Causando um furacão de destruição.
Eu luto pela minha identidade,
Sobre toda circunstância ou afirmação!
Eu vou para a Pensilvânia buscar minha fé.
Quem sabe assim eu proclamo a minha independência!
Estou elétrico como Franklin e a eletricidade,
Chovendo com certa regularidade,
Não se fazem chuvas no inverno rigoroso.
Lutar pela fé do que é grandioso,
Onde fica o pedaço de chão que deve ser meu?
Seus olhos históricos que já desbravaram meus contornos.
Não posso fazer parte da sua geografia e história.
Seu amor não é fraterno, seu amor é animal.
E acaba chovendo, e isso só pode ser mal.
Não quero que você me mate na volta para casa.
Moro no subúrbio, tenho o peito em brasa,
Mas me custa acreditar em homicídio moral.

By: Vinicius Osterer
Feito em 28 de janeiro de 2017.

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