Velho Amigo

Feito em 12 de Janeiro de 2012...
Procurei o achado e o perdido de dentro de mim,
Balançando a minha cabeça para trás e para frente,
Era bem lá pelo começo de um fim,
Ouvindo sempre as mesmas palavras, estava doente.
Como em uma fumaça, cheia de recados,
Dos que já partiram para lugares iluminados,
Com soro na veia, vivendo de um oficio,
Na beira da loucura do branco de um hospício.
Cruzando toda aquela fronteira ainda estranha,
Onde você não sabe mais quem é você,
Na sintonia mais amena e tão castanha,
Apenas um evento que ninguém prevê.
Tirem-me dessa cama, me tirem desse hospital,
O meu lugar é do outro lado dessas paredes.
Tirem-me dessa angústia, não me deixem mais mal,
Os meus olhos fecham. Alguém se despede.
Eles tiraram de mim algo que irá fazer falta,
Um pedaço da minha vida, menos uma carta,
Um baralho onde não existem mais coringas.
O sol ainda não caiu do firmamento,
Tudo está mais claro, mais sangrento,
E a vida não para por mais nenhum momento,
E nos fins da tarde eu choro por um longo tempo.
Foi assim. Um belo renascimento.
Aproximem-se, ouçam bem o meu juramento!
Não digam que eu não faço ou que nunca tento,
Tudo é relativo, tudo é acertado. Velho pensamento.
Sorria com um sorriso mais branco.
Faça com mais vontade o trabalho.
Quem nunca chorou aos prantos,
Por ser uma carta fora do baralho?
E se costuram pontos nas feridas,
Suas cicatrizes permanecerão eternas.
E nada mais fará sentido,
Assim como o despertar das flores na primavera.
E se for pra ser irá ser.
Não se pode diagnosticar um futuro.
Quando somos obrigados a ceder,
Damos com nossa cara no muro.
Anestesia apaga e te deixa drogado,
Um hospital é branco e te deixa perturbado,
A vida não é clara, pois somos ignorados,
O tempo não para. Paraíso eternizado.
Solitários são meus fins de tarde,
Quando minha alma clama por perdão,
Rogando a Deus, o sol que invade,
O pedaço vazio de escuridão.
Na fila dupla de uma estrada sem volta,
Ninguém mais pergunta se isso é revolta.
Eu lutei enquanto pude, mas não posso mais ceder lugar.
Hoje eu sou um pedaço de um começo,
Hoje eu sou mais feliz sem você, meu velho amigo.
Não quero viver muito.
Apenas o suficiente para ser feliz de verdade.
Quem sou eu para duvidar?
Não sou nada mais do que um punhado de carne.
Não preciso mais saber coisas que ousei saber.
Não preciso mencionar coisas que mencionei.
Não preciso nem mesmo ajudar a tantos que já ajudei.
Apenas sorrir e continuar abanando.
Apenas sorrir e continuar dando o que querem.
Apenas sorrir e nunca morrer tentando,
Ser aquilo que se pode ser.
Não quero viver muito.
Apenas o suficiente para ser feliz de verdade.
Cansei de ter medo. Deixei de ser um covarde.

[...]

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