Deja-Vú

Feito em 26 de Março de 2012...
Velhos momentos e eu sentado em uma mesa,
A escrever sobre expressos e coisas aleatórias,
Sorteadas como palavras em um dicionário,
Acreditando ser um patético missionário,
Que pregava um conceito único de pensamento.
Mas a única coisa que fazia era um julgamento,
Das ideias que achava interessante,
Que me excitava e me deixava estonteante,
Por mais, por mais, sempre por mais.
Sozinho cantando músicas aleatórias,
Pela tarde inteira que era vazia,
Após uma grande manhã fria,
Em que tinha que ver pessoas que detestava.
Naquele período negro de transição,
Do que eu queria e do que eu amava.
E como amava. Mas a vida sabe o que faz.
Uma mãe nos céus. Um filho perdido na Terra.
Um filho perdido que de ingênuo passa a fera.
E assim foi que começou.
E assim foi que começou.
Uma semana foi o tempo que levou,
Para criar em mim alguém mais forte,
Que fosse capaz de não me deixar pra trás,
E mostrar quem era a verdade escondida,
Que sempre se sentiu recolhida,
Por trás daqueles cabelos virgens de um santo.
Por uma semana não entrei em prantos,
Mas eu cresci todos aqueles dias.
Venci-me todos aqueles dias.
E para minha alegria cresci e fui outro.
Foi assim que mudei aos poucos,
Até toda essa porcaria que me tornei.
Como eu tentava esquecer uma coisa daquelas?
Acho que por certa culpa que me afligia,
Por que semanas antes ainda naquele dia,
A mulher da minha vida me pedia:
“Não me deixe morrer”!
Eu trouxa, acreditei que a vida sempre foi flores,
E que apesar daquelas dores,
Ela voltaria como sempre, e sorriria,
E eu ficaria feliz por mais algumas décadas.
Acho que por isso que tive que optar por mortes secretas,
Onde cada dia morria um pouco,
Para poder nascer outro,
Mas não outro igual.
Quis deixar minha vida com um pouco mais de sal!
Mas quem que pode crescer sem perdas?
Tudo começou naquelas tardes, naquela mesa.
Ouvindo músicas e escrevendo aleatoriamente,
Palavras listadas em dicionários.
Meu Deva – Vú de onde nascia,
Os cadernos do mau,
Ou alguém alter-ego.
Acho que embarquei mesmo naquele expresso.
Acho que estou em movimento.
Acho que o ciclo é vicioso,
Acho que eu sou um tanto misterioso,
Mas que vida não é bela sem esse gosto,
De deixar intrigados os outros,
Sempre esses outros.
Naquele quadro negro,
Apenas risquei as piores opções,
E o que me sobrou é esse que eu sou,
Esse que eu sou.
Naquele pedaço do céu,
Apenas roubei um dos talentos,
E o que me sobrou é isso que faço,
Isso que faço.
Naquela mesa eu comecei,
A desenhar minha vida e meu espaço,
Com aquele expresso aprendi,
Eu não vou cair, eu vou sempre sorrir,
Eu vou ser um palhaço.

By: AyKe.HeineDef.


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