Conversa Com A Lua

Feito em 30 de Novembro de 2011...
Na noite ele é luz, ele dança, é escuro.
Ele lhe caça, lhe incomoda, lhe faz cair do muro,
No vento ele é paz, ele é a lua, a carcaça.
Na trapaça, ele disfarça, ele devora, ele abraça.
Cuidado com quem você anda meu filho,
Disse-me um padre, temendo morrer.
Não nos mostram as escolhas,
Os fracassos, as acertos,
Ou alguma coisa verdadeira e qualquer.
Cansei de ser enganado, e ter que juntar meus pés para rezar.
Cansei de tentar, e me chamarem de fracassado,
Mesmo sabendo de tudo que posso mudar.
A lua é minha amiga e mãe,
Quem sabe quantas vezes nos deparamos a sós no escuro,
A cantar, a dançar, a gritar, a observar um ao outro.
Eu quero e pretendo me entregar esta noite,
A tudo aquilo que eu acho correto,
Não importa a mim a opinião de um incerto,
Homem crente na religião do passado.
Nossas escolhas dizem muito sobre nós.
Alguns escolhem ficar na mesmice,
Pois nasceram tão normais e sem voz.
Alguns criticam o mundo e as pessoas,
Mas não ouvem as críticas ou ao mundo,
Esperam sentados ou dançando,
Para o mundo acabar.
Alguns ainda tentam achar nos outros,
Aquilo tudo que eles sempre culparam e julgaram,
Algo que sempre quiseram ser e não conseguem ganhar.
Ganhar ninguém ganha nada,
O sofrimento é a melhor forma de se conquistar.
Alguns fazem a diferença,
Mesmo fazendo o mundo acabar.
Ao menos fazem algo e usam da inteligência,
Não esperam serem testados para alguma coisa achar.
A ponto de tudo ser pecado,
Da igreja perdoar à um padre e desprezar o molestado,
Esperando a justiça divina terminar.
As vezes me sufoco com o ar,
Dos jovens burros e adormecidos sem nada à conquistar.
Mas olho para você minha lua,
Que me ajuda a escrever e a desabafar,
A lutar por meus objetivos,
E nunca desistir ou fracassar.
Se fracassar eu sei que posso,
De alguma forma consertar,
No dia que eu for perfeito,
Pode a terra me enterrar.
Sim querida lua. Cansei de acreditar no inferno.
O inferno é aqui embaixo,
Uma competição do eterno.
Onde lutam-se para sobreviver,
Ou não sair da mídia,
Por mais podre que forem os meios,
Ou pela mais idiota saída.
Sempre acreditei naquele padre,
Mas hoje cheguei a conclusão:
E com os tonéis já tão cheios,
Ele ainda se propõem a escaldar,
Tantas pessoas trouxas e medianas,
Que sem pele não param de sangrar.
Alguns criam cascões,
Outros são comidos pelos vermes,
Alguns saboreiam um banquete,
De olhos, ossos e epidermes,
Bem Vindo ao Inferno! Isso tudo é mentira, lua!.

By: AyKe.AeRa.

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