Queria Querer
Queria querer menos amores e conversa e ser
mais prático.
Mas não gosto da simplicidade de apenas um
beijo,
Da ausência de abraços, apenas corpo e mais
ação.
Fazer amor só com a cabeça e esquecer do
coração.
Queria poder beijar quem quer ser beijado,
Sem conquista e flerte,
Beber o que é derramado,
E nunca mais desejar ver-te.
Cansam de mim tão facilmente...
Só quero amar pelo empenho e pelo fato,
Com um gesto e com um afeto,
Uma conversa sobre o espaço existente das
verdades,
Sobre os versos que não prestam para serem
versados...
Oh amores fracassados!
Queria querer tão menos.
E poderia enaltecer o busto aberto de fato?
Sobre corredeiras venenosas que saltam vibrando
nas pedras,
Nos olhos, nas bocas, nas contradições.
Oh amores fracassados! Oh amores sem corações!
Não sabem que sofro pela ausência e silêncio?
Que me deixo ficar violado e marcado?
Que no meu peito um engano deixa um gosto de
estragado?
E por onde cativei as flores que floresci?
Deixei sobre túmulos ou plantei em jardins ensolarados?
Quais foram os erros que me condenaram como um
culpado?
Eu gritei e me escondi?
Sozinho e escuro, menos raso.
Não é por não ter o que falar, eu não me calo!
É por saber a hora de desaparecer sem deixar
vestígios.
Um crime perfeito onde grito e falo:
“Eu quero amores e não seus prestígios!”
“Solenidades, condecorações, títulos e
propriedades,”
“Amores de todas as cores e idades,”
“Que não sejam secretos no peito.”
Pode ser um esquerdo ou direito, ambidestro.
Alguém que possa me amar e saber que às vezes
não presto.
Queria querer não ter e amar.
Mas cansei de conceber e depois me arruinar.
Não perco mais a cabeça por amores meia bosta.
By: Vicenzo Vitchella
Feito em 31 de Julho de 2017.
Comentários
Postar um comentário