Devore-me

Foi assim tão breve? Como aprendeu a se matar?
Pegou um objeto afiado e disse: “Chega de tentar!”
Não percebeu que foi amado, nem sabia o que esperar...
O futuro sempre chega, mas tinha cansado de sonhar.
Por que? Sempre foi seu motivo...
Por que? Não era mais nem uma pergunta...
Passava os dias tão emotivo,
Com as palavras velando uma poesia defunta...
Uma poesia podre, uma poesia medonha, sem vida...
“Por que preciso sentir para ser a palavra não lida?”
Até que enfim você abriu seus olhos!
No fim da segunda, perto da terça e de um depois,
Era meia noite, e não era um conto de fadas...
Era meia noite e alguma coisa em você dizia:

“Você não tem que não sentir
E nem sentir menos.
Você tem que sim existir
E se cobrar menos”.

E saber que a infinidade de coisas habita a alma
Que o pássaro só voa porque aprendeu caindo,
Saindo do ninho dando sorte ao azar.
Você me diz: “Eu não sei amar”
Mas amar é como cair do ninho,
Se aprende amar desde pequenininho,
Não me venha dizer que tem coração de gelo,
Para mim não cola este tipo de apelo,
Gritando para seus santos, batuques e atabaques,
A sociedade parece não estar mais dando destaques,
Para o amor humano, que não é carinho materno,
É incivilizado pensar na raça humana como o inferno,
Focada na não cadência de afetos, malevolência para fatos.
Onde se encaixa todo o amor que já foi publicado em retratos?
Qual o retrato que configura a minha sociedade?
Parece estranho para alguém que ainda tem a minha idade
Querer amar e correr o mundo amando,
Se puder gritar eu grito! Se não saio cantando
A minha poesia passarinho que nasceu no peito.
Você não precisa amar o que é perfeito!
Se não amar espalhe sorrisos e positividades.
Chega de fofocas, discussões e maldades.
Não tente não se amar, pois eu te amo!
Um amor não egoísta, que eu mesmo chamo
De poesia esfinge: “Não decifre, devore...”
Ame mas não implore.
Esse é o meu grito!

By: Vicenzo Vitchella
Feito em 08 de Agosto de 2017.

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