Na Cama
Naquele momento eu pude ver as estrelas
Que habitavam a manhã fria de Agosto,
Não era a brevidade de um desgosto,
Nem a salubridade do seu mal gosto,
Era o agouro que envolvia a paranoica coisa,
De não querer mais ter seus olhos.
Então fechei os meus olhos,
E fiquei dentro de outros olhos,
E beijei a cidade com olhos,
E todos os olhos olhavam outros olhos,
E as lembranças dos sonhos,
E os olhos castanhos e verdes,
E a vontade de dormir e fechar os olhos.
Mas as estrelas estavam sobre os olhos,
As estrelas estavam no céu
Dentro de todos os olhos visíveis e cegos,
Abri minha caixa cheia de pregos
E parei para crucificar seus olhos
Materializar sua boca
Seu beijo triplo
Seu tesouro.
Ouro.
Dinheiro
Talvez por primeiro
Por segundo nunca, não volto
Eu sou a ida e as palavras vão, vão, vão...
Dentro dos meus olhos e do meu peito flutuando
Amor, querido amor, estou voltando
Talvez não seja apenas a ida.
E entendo que essa é a vida...
Não quero caber dentro do seu abraço,
Quero sentar no meio fio e beber um universo
Parecido comigo? Talvez em sentido reverso,
Talvez na esquina em que parei vomitar
E pensei que não iria mais amar
E acabei voltando para outros olhos
Olhos, tão olhos, tão redondos e práticos,
Maleáveis e tão assintomáticos
Estou com gripe de visão noturna.
Cruzando a trepida ladeira que você me jogou
para baixo.
Não está sendo fácil...
Mas meu amor... Amar é sarrar
Amor são seus olhos
Deitado, fechado. Não preciso me violar.
Naquele momento eu pude ver as estrelas.
Um café da manhã completo, estirado na cama.
Mas meu amor, você me ama?
Ouro.
Dinheiro
Olhar você por primeiro.
Será só o meu pensamento?
Na cama neste momento
E dentro dos seus olhos, meu amor.
By: Vicenzo Vitchella
Feito em 06 de Agosto de 2017.
Comentários
Postar um comentário