Casa Vazia
Peço
perdão pela minha indelicadeza,
Mas
vamos por as cartas sobre a mesa?
Isso
tudo ainda sou eu? Não é emoção do momento?
Por
que eu estou entre o mundo e o tormento?
Por
que derramo lágrimas pelo que eu sou?
Todo
o cheiro de incenso e a vela que se apagou.
Um
cabelo mais curto e uma convicção?
Pela
minha indelicadeza eu lhe peço perdão.
E
agora o que eu tenho que fazer?
Partir
para algum momento e deixar isto acontecer?
Às
vezes no silêncio desta casa eu fico no ar,
Começo
a escrever e então eu começo a me amar,
A
deixar de ser indelicado e uma pedra fria.
E
o meu corpo começa a me moldar,
Com
as mãos para cima para me animar,
Enchendo
com um sorriso a minha casa vazia.
Entre
na linha e pense como um adulto!
Faça-se
agora no meio de seu tumulto!
E
viva nesta confusão mental desorientada!
Ame
a si mesmo, só isso e mais nada!
Alguma
coisa ainda vai lhe acontecer!
E
se tiver a convicção de um jogador nato,
Quando
lhe chegar aquele momento exato,
Você
irá aproveitar e não irá mais se arrepender!
Fale
o que você quer de mim,
Fale
o que você espera que eu faça,
E
depois de falar não digo que será tão fácil assim,
Engolir-me
com uma brincadeira já sem graça.
E
se isso não é indelicado, me desculpe.
Peço
perdão por que não sei mais me expressar,
Só
peço que você viva e não relute,
Pelos
motivos falhos que não vale a pena lembrar.
Eu
quero a minha vontade inconstante de chorar,
Por
que foram as lágrimas que me ensinaram a me amar,
E
me aceitar por tudo aquilo que eu sou,
Todo
este cheiro de incenso e aquela vela que se apagou,
Toda
esta indelicadeza e esta inconstância de sentimentos.
Por
que eu sou um mundo escuro e tempestuoso de sofrimentos?
Peço
perdão, mas eu não ouço opiniões vagarosas,
De
mentes fechadas que não querem ser poderosas,
E
desculpe-me a indelicadeza, eu lhe ofereço rosas,
E
alguns poemas escritos à mão entre espinhos e prosas.
Por
que eu ainda tenho medo de mim mesmo?
Por
que da última vez nem eu saí ileso.
Eu
sou assim. Perdoe-me, mas não mudo.
E
se lhe fiz sofrer, desculpe-me pelo meu lado agudo,
Tão
cortante como uma espada e tão amargo como um limão,
Entre
um cárcere e outro aprendi a ser a solidão.
E
entre um afeto e um afago, após um trago e mais um trago,
Eu
apreciei a destruição e eu amei o meu estrago.
Estou
manipulando como um mago, como um copo vazio,
Como
uma alma cabeluda ou aquele doce arrepio.
E
aquela maça verde que eu li e chutei no escuro,
Caiu
em um chão de concreto, o meu leito seguro,
E
este texto não precisa mais nem existir.
Fechei
a minha casa, você não deve mais estar aqui.
E
fim.
By:
Vinicius Osterer.
Feito
em 09 de Agosto de 2015.
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