Meio-dia da Morte


Das gretas envírucidas transpasso o manifesto da morte:

Pro papel, pra vida, pros rincões e riquinhos pérfidos.

Catacumbo o inferno, sepulcro o verso, dou-lhe o  Brasil:

Dou-lhe uma, dou-lhe duas, dou-lhes très bien, merci...

Vendido, condicionado, preso em literatura.

Hidrato-me, tomando forma, em conta-gotas.

“[In]dependência ou Morte!”

Cuspo pra cima: Paulicéia, Pau-Brasil, devoro.

Adentro pictórico nos –ismos” celestes:

Acendo luz dos postes,

Desprendo a carne dos ossos,

Choro à <vergasta>

“Na dependência ou Morte!”

- Cadê a arte subsidiando múltiplos “unos”?

Tendo erguer o que já está erguido,

Rendo-me ao passado restante dos dias,

Em que a sombra das araucárias me era devoção:

E devoro:

Consumo:

e choro:

Meu grito contra a chibata paulista.

O eixo catedrático do sonho catequético:

Desespero-me pensando na subenergia empregada –

Sim ou não? Tudo ou nada?

Não há vida nos subúrbios sulistas:

Só cadáveres em de.[compo]si-ção.

No prato nação, tentando matar a fome,

Centraliza-se um único grão de feijão:

“Na dependência ou Morte!”- o projeto literário:

Em que a sombra das araucárias não está em nenhum refrão.

E devoro: Consumo: e choro:

Meu grito contra a chibata – de mim, do Meu Brasil.

 

By: Vinicius Osterer

Feito em 14 de março de 2021

Francisco Beltrão, PR.

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