BLOODY rose

Na primeira sentença fazia colorido,
Subindo ao contrário no mundo,
Correndo em um relacionamento de três patas.
Na segunda plantava amor sem perigo,
O bom moço com quem eu estava envolvido,
De respostas prontas e palavras bonitas e fartas.
“Tome uma rosa”, aproveite-se dela!
Enquanto fico na prosa
Se esquecendo da cena tão bela:
Engatilhando uma arma, dizendo não entender
Sabia como mentir, atirar e entreter
Fazendo sangrar o meu leito
Sem questionar o meu direito
Roubando as flores que plantei sem adultério,
Parado, filho da puta, não sou o seu cemitério
Para entrar e enterrar em mim sua morte...

Depois do primeiro tiro,
Não sei se calo ou me retiro.
Todo dia alguém sai ferido nesta história,
Cansei do elefante e da minha memória,
Quero um Bloody Mary para esquecer...
Talvez eu perca a cabeça, mas vou viver!
Cansei de regar as rosas do meu jardim com sangue.

Quando não mais tiver o que preencher
Passando de boca em boca, cidade por cidade,
E a dor que carrega lhe fizer pensar e ceder,
Gritando ao mundo a sua mentira e infelicidade,
Lembrará da rosa que destruiu pelo caminho,
Que escreveu sobre o voo da águia a saída do ninho,
A bicha assexuada que outra bicha matou.
No segundo tiro o jardim não aguentou,
E virou um punhado de pedras e cascalhos,
Enquanto você estava rodeado de caralhos,
Que não souberam ver suas reais qualidades.

Vodca, tomate, limão, molho inglês e pimenta.
Depois do Bloody Mary a gente se reinventa,
E acaba com a ideologia de alguém armado,
A recompensa de um jovem ferido e machucado,
Cansado de regar as rosas de seu próprio jardim.
Corte uma por uma e plante capim,
Para o próximo burro de palavras bonitas.

Depois a gente se reinventa,
Coloca na próxima mais pimenta,
Quente e mais forte, do que o amor idealizado
O homem que amei não teve sorte, coitado...
Cansei de regar as rosas do meu jardim com sangue.

By: Vinicius Osterer
Feito em 16 de março de 2019.

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