O Outro Que Não Eu

A inspiração de palavras alheias que cheira a sangue novo,
A verdade encabeçada, triturada e esmagada.
O prazer em tudo que não presta.
A impureza da faceta que domina.
O medo da faceta que domina.
O cultivo do oculto sem nada.
O silêncio das vozes internas.
A luz que se converte em outro.
Outro sendo o mesmo.
Outro sendo programado sem hesitação.
Outro que aguenta a vida.
Outro. Quem sabe apenas um outro.
Parecido com o duplo.
Mas agora é uno.
E acabou a fase de espanto.
Acabou a fase de sufoco.
Por aqui agora quem manda é outro.
Esse outro que possui nome.
Esse outro que matou o outro.
Agora é uno. Agora é uno.
Sem meias palavras, mas nunca exato.
Sem máscaras, mas sem personalidade.
Os três vértices da geometria. 
As três faces da agonia.
Do trauma mais que profano.
Da realização do que é insano.
E um órgão que é dois.
Está no centro mas e depois?.
Depois ele é outro. Depois ele é outro.
Chora e ri ao mesmo tempo.
Ri e chora.
Programado pro contento, 
Designado e traspassado sem talento.
Fabricado, sem pecado só alento.
Mas a sociedade corrói até o osso.
Te ignora, te controla, quer seu pescoço.
Quem é você e o que me fez?.
Tudo quieto e no seu lugar.
O melhor é dominante.
O pior é fracassado.
Assim não existem escolhas,
Apenas dominância ou fracasso.
Ser o forte, e querer ser forte.
Ser o dominante, e querer ser dominado.
Enquanto grita, geme e rodopia no ar.
Enquanto cheira e sente pois deve lutar.
E querer ser um mago,
Para poder não voltar.
Para ser o que não é. Quem um dia será.
Para ser o que quiser. O fracasso dominará?.
E com cinco linhas do fim, voltou a ser o fracasso.
E tudo que menospreza não é mais verdadeiro.
E agora tudo é uma grande besteira.
Baseada em alguém que é outro.
E esse outro que dominará.

By: AyKe.Hanedef./ Vinicius André.

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