O Duplo

Quando desperto, e se desperto,
Nunca sei se sou realmente eu.
Meus olhos se enchem de areia.
Meus pés tocam a beira de um abismo.
Meu coração palpita para a morte:
Mais um dia amenos de vida.
Eu ando sozinho, como uma história sombria.
Um século de Idade Morta.
Eu minto que flutuo,
Eu minto que piso em algodão,
Onde na verdade o que me resta,
São espinhos e um coração meio humano.
Dormir para sonhar com o obvio.
Este pode ser um bom ponto de fuga.
E trago a fumaça intoxicante,
E faço de minha vida um funeral.
Cansado de andar sozinho.
Não entendo mais o meu nada.
O nada não é mais o suficiente.
A voz tenta falar mas é sufocada.
É oprimida pelas máscaras interiores.
Pelos duplos ou triplos pensamentos.
Pela programação que não tem fim.
Pelo lado mau que não para.
Pelo lado bom que não para.
Por mim que sou qualquer coisa menos "mim".
E antes que pare de respirar por mim mesmo,
Digo meus nomes pro vento.
Solicito seus bons conselhos mentirosos.
E viro a próxima vítima do sobrenatural.
Tomo o veneno, a porção pequena do mau.
Conquisto meus méritos e viro um infectado.
Viro o 2 e não o "mim".
Peço o beijo negro da ceifeira.
Peço o abraço frio do vento maldito.
E o pânico do sem controle.
Fecho os olhos e me vejo no mesmo lugar.
E meus sonhos ficam para o amanhã.
Sou o procurado.
E agora não mais encontrado.
Sou o "mim" calado.
Sou o 2 e não o mim.
E a dupla fase chegou no fim.
pois tudo acaba assim.
Mas tudo bem. isso é bom.
Então não desperto.
O "mim" morreu e o 2 é o fim.

By: AyKe.Hanedef.

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