O Homem Rubi

O Homem Rubi subiu a rua que tinha
Um punhado de nada, sem sentido.
No fim estava convencido
De que aquele punhado de coisas só seriam
Mais um punhado de coisas e outras coisas.
O Homem Rubi passou maquiagem,
Coloriu a roupa para sair.
No fim da rua um campo de soja como imagem
E um desejo de viver e partir.
O Homem Rubi endureceu a voz
Ficou grossa como um som de trovão.
E foi com os pés, com as mãos e de cabeça
Dentro da sua própria incompreensão.
Não eram duas avenidas
Nem a fuga espetacular que ocorreu.
Nem as palavras não proferidas,
Ou o sentimento de que enfim aconteceu.
O Homem Rubi não tinha ferramentas.
Como um beijo do lado esquerdo,
Um abraço que é negado
Um copo de vidro vazio
E um dente da frente quebrado,
Como um rio estreito como um fio
Um besouro preto que entra na sala,
Um amor que nunca existiu
Apertar o gatilho e meter uma bala.
O Homem Rubi subiu a rua e disse:
“Espero que fique!”
Fica. Eu posso te dar todo o amor que carrego.
O Homem Rubi subiu a rua,
Na rua que tinha seu nome, escrito em uma placa.

By: Vinicius Osterer
Feito em 12 de dezembro de 2017.

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