Mamãe, Estou Louco
Eu nunca mais vou escrever um verso,
Versátil e simpático
Com afeto e forma.
Eu nunca mais vou escrever um verso,
Bonito e redondo,
Com padrão e norma.
Eu nunca mais vou escrever um verso,
Lindo como os olhos
Livre como o céu
Camaleônico, que muda.
Palavra que parece com chuva
E vai
Chovendo em mim.
Eu nunca mais acenderei um cigarro,
Eu nunca mais prestarei atenção
No meu erro de português e pontuação.
Se seu nome tem dois éles, ipsolon, dabliu,
jota.
E vai
Chovendo em mim
Sem volta.
Ei, peraí.
Levante do chão e pinte o seu rosto.
Com as cores essenciais de seu desgosto.
Ei, peraí.
Esmague os comprimidos e grite bem alto...
No dia que este nasceu
O outro de mim morreu
Era uma morte consciente
Trazendo luz ao meu desconhecido.
No dia que este outro morreu
O outro de mim nasceu
Era um nascimento inconsciente
Colocando visibilidade ao que deveria ser
escurecido.
Fugir não dava, nem construir barreiras, era
interno
Era um sentimento bom, irregular e fraterno
Que acabou me escondendo de mim mesmo
Criando um ego esquerdo, depois direito
Nunca centralizado.
Umas horas nítido, em outras horas denso
Um buraco negro espiralado
Se a poesia me jogou
Fiquei imóvel e fragmentado
Como um peão rodando, produzindo energia e não
saindo do lugar
Me jogando na incerteza do ato falho que é
criar
E me perder, se ver sozinho, então começar a
sufocar
Agora entendo que aquele moinho não era movido
pelo ar
Nem pelo sabor de compor, pela beleza de amar...
Voltei. Aonde foi que eu parei?
Volta Vinicius, volta.
Consciência segura, talvez não escreva
Talvez escrever? Por que eu não deva?
O mundo machuca
Uma faca machuca
Mas um tapa inconsciente não.
Não é mais seguro andar sem visão.
Sem cores nos cabelos,
Sem medos e traumas.
Não é mais seguro andar sem visão.
Sem cores nos cabelos,
Sem medos e traumas.
Mamãe, eu sumi.
Mamãe, estou louco.
Mamãe eu vou parar de escrever,
Vou parar por um tempo.
Mamãe eu vou parar de escrever,
Vou parar por um tempo.
E Vai
Vai...
Vai chovendo em mim.
Antes a chuva que a corda no meu pescoço.
Antes a chuva que a corda no meu pescoço.
By: Vinicius André
Feito em 03 de Dezembro de 2017.
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