Sem Nome
Eu conheço todas as minhas manchas,
As de caráter ou as de sol no corpo,
As de nascença ou os hematomas escuros,
As cicatrizes dos lugares que não eram seguros.
Eu peço perdão a minha terra, pátria mãe
adorada,
Para o chão de onde nasci, Francisco Beltrão.
Dos fins de tarde com o horizonte em brasa
dourada,
Do sudoeste do Paraná, um coração.
A cultura não passa a ser universal,
Por que é presa dentro de uma caixa quadrada,
Dentro de um espaço geográfico limitado,
Pelas fronteiras, pelas barreiras, pela
desglobalização.
É político incitando o terror contra o
terrorismo,
Em um planeta encharcado pelo suor e seu
cinismo,
Arma contra arma. Opinião contra opinião.
Terra muito amada, diferente é Francisco
Beltrão?
Daqui se vê a arrogância do Sendeski, agente
imobiliário,
Se vê o povo do “Padre Ulrico”, sobrevivendo
com um salário,
Me subiu um calafrio. Minha família não tem
nome,
Na cidade onde vivi, “André” não era sobrenome,
E antes de ser um “Vinicius Osterer” publicado,
Eu era apenas um “Vinicius André” julgado,
São coisas da minha terra, pedaço de chão muito
amado.
Desta mata de araucárias, pintada por Carmes
Franciosi,
Erigiu a cidade, sua torre central e seu sino,
Badalando sobre o calçadão central como um
hino.
Terra que nasceu pelo decreto de Getúlio
Vargas,
E pelas mãos de Júlio Assis Cavalheiro e Luiz
Antônio Faedo,
Foram construindo o seu grande enredo,
Tu és o meu berço terra adorada,
Me viu crescer nas tuas ruas da década de
noventa,
E me viu tentar fazer o que muita gente sempre
tenta,
Um punhado tão grande de vezes!
Eu peço perdão à minha terra, Francisco
Beltrão,
Do sudoeste do Paraná, um coração,
E um amor que é universal pela escrita,
Terra muito adorada, terra tão rica!
Diferente é a Francisco Beltrão do futuro?
By: Vinicius Osterer
Feito em 21 de Fevereiro de 2017.
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