Animal Que Pensa!
Se eu me masturbei olhando para a sua bunda,
Isso não significa que você deva sorrir para
mim,
Dar para mim, ou qualquer coisa ilógica do
tipo.
Se eu me masturbei olhando para a sua bunda,
Isso não vai mudar nada entre nós enfim,
Por que eu não nasci para o que não pode ser
dito.
Bunda é como rosto e todo corpo completo,
Aleijado dentro da alma, sem membros e começos.
E se eu me despir dentro do quarto indiscreto,
Na janela de Hitchcock com todos os seus
preços,
Vaidades, progressos e fracassos.
Um, dois, três ou quatro passos?
Para onde foi a grandeza humana?
Está cercada pelo olho do seu cu,
Um buraco de onde só sai merda atrás de merda.
Dando corda em um boneco quebrado que espera a
guerra,
Espera sentado no estilo “Slow Motion”, câmera
lerda,
Um pouco mais de amor sobre as coisas da Terra.
Coloque um sorriso no rosto seu filho da puta,
Não pegue em armas, não aperte o gatilho!
Por que não se pode evitar uma boa luta?
Até a santíssima trindade com o espírito, o pai
e o filho.
E eu não posso rezar? Eu devo acreditar na sua
convicção?
Eu preciso decorar a sua melhor oração?
Onde estão as crianças? Estão presas do outro
lado do muro?
Com o terror no poder quem vai se sentir
seguro?
Para onde foi a minha bicicleta azul da
infância?
Eu preciso saber ou gosto mesmo da ignorância?
E eu posso ter um orgasmo? Posso beijar e posso
transar?
Posso parar de deixar que vejam por mim as
coisas que não vejo?
E eu posso comer, ter para onde trabalhar?
Posso amar?
Posso aceitar alguém diferente, por que eu não
sou nem eu mesmo!
Eu sou aquilo que você enxerga com um punhado
de expectativas,
Sou um formulário todo pronto com as questões
em optativas,
Por que eu sou filho de um pênis que entrou em
ereção,
Posso ser fabricado em um laboratório, filho de
coração,
Mas sou filho de alguma coisa, nem que seja de
Deus,
Nem que seja de Jeová, de Maomé, se for um
ateu...
Se você não me quer eu não posso lhe forçar,
Essa cultura de estrupo que violenta minha
mente,
Talvez não seja coisa de gente,
Talvez seja coisa ainda da minha parte animal,
Eu não sou melhor por ter um pau,
Eu sou exatamente igual,
Sou um equinócio de setembro.
Despido de toda civilização, eu só sou um
animal que pensa!
By: Vinicius Osterer
Feito em 17 de Fevereiro de 2017.
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