Mil e Uma Vidas
Feito em 27 de Fevereiro de 2015...
Sim.
Eu estou cheio de cabelos brancos,
Mas
eles são brancos naturais e meus cabelos brancos,
As
minhas vontades de ser bem mais natural.
Estou
conseguindo manter-me fiel a um propósito,
A
uma vontade interior que não mais me sufoca,
Que
liberta de mim as piores fases da minha vida.
Às
vezes devemos nos preparar internamente,
Para
as coisas boas feitas de nossas boas escolhas,
Das
coisas boas e positivas que nós mesmos plantamos.
Devemos
juntar as nossas forças para colher as safras,
De
certezas e convicções de que os dias melhores chegaram,
De
que as coisas e os problemas mudaram,
De
que as ideias criativas germinaram e brotaram,
De
que todos os esforços se uniram e somaram,
As
batalhas e as incertezas se acabaram.
Estou
mais satisfeito com o que eu me tornei.
Eu
sou essa mistura de solidão com o mistério,
Com
as coisas que eu faço e as coisas que eu quero,
Com
tudo aquilo que eu sou sobre as cortinas fechadas,
Sobre
o meu mundo fechado de palavras manipuladas,
Expressões
artísticas e belezas que são mascaradas.
O
meu amor não é materializado sobre o plano físico,
Não
é um amor único com um dado específico,
Nem
um amor doentio atribuído à outra pessoa.
Eu
amo viver e ter a minha cabeça louca,
Louca
e cheia dos meus cabelos brancos naturais,
Mais
brancos e mais vividos do que a dos meus pais,
A
brancura que me fez envelhecer e acelerar um processo,
Um
processo de libertação que me prendia à tinta de cabelo,
Aos
tons de preto, de azul, de verde e de vermelho.
Eu
não desperdicei o meu tempo. Ele não foi vago.
Eu
não me juntei com a nova era e fui um mago.
Eu
não me viciei em um hábito sombrio e fui amargo.
Hoje
eu vi feliz que eu tenho olheiras profundas,
Que
estou bem mais magro do que o habitual,
Mas
não tenho dor crônica ou sentimentos destrutivos,
Ou
as minhas velhas vontades de mil e um cabelos tingidos.
Eu
sou todos os fios brancos e as expectativas,
Todos
os alter egos que somam mil e uma vidas.
By:
Vinicius Osterer
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