E.CCO


É como se a falta fosse um eco,

Pós-grito. Pós-amor. Pós-moderno.

E preenchesse o meu vazio...

Ecoa-se em meu vazio...

Um vazio de espaço e não de forma.

E bate a frase "você" na testa frontal,

E com o som da batida me pegasse agora

Nesse exato presente,

Vivendo do ar, do som, e não do martelo.

É como se a palavra não significasse

E para ti eu fosse a palavra.

Então acalmo os sons batendo,

Sobre as cavidades da minha cabeça pós-

Alguma coisa, dentro do eixo além-moderno

Engatinho sobre meus músculos,

Estremeço fechando a boca

E guardando para mim... O medo.

Medo? De ser além-pós-alguma-coisa

E deixar o sentimento sair pela fresta,

Vivenciar o ar, chegar aos ouvidos.

Oh não! Eu temo que chegue aos ouvidos

Temo que ressoem e virem eco...

Em um adeus sem remetente.

Preencho a linha, e isto é certo.

Preencho o coração, e não mais você.

E me duvido: não preenchi,

Por isso é eco.

Oco.

E

Vazio...


By: Vinicius Osterer

Feito em 01 Outubro de 2021.

Francisco Beltrão - PR.

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