Apego


Durmo com a ideia de que não há sentido,

Permanecer no passado do sentimento presente.

E corro em distância seguindo manchas remotas,

De versos e borrões que rompem o espaço-tempo.

Em constructo de busto-estátua, macero a pedra

Componho ídolos mortos, em cânones fantasmas...

Deliberando sobre o risco, as estrelas, gramáticas e normas.


Eis o meu corpo, diz o relicário,

Dos dons de um espírito em selvageria.

Componho sonhos pedantes, 

Em sentimentos oprimidos.

Faço a cólera correr para a sinergia dos dedos,

Relampeando sobre o céu dos meus olhos cansados:

Grito! Tento! O QUE HÁ DE ERRADO DENTRO DO FATO?

Subjugo-me como memória em afeição,

Presente-Ação,

Futuro desconhecido em matéria, forma.

Gesticulo com minhas armas, esperando sufocar

Um mar sem vida, um hospício de amores encardidos.

Não há, sou a não-forma. Longe. Disperso.


A minha falta de fé, credita aos milagres construídos por mãos

As decepções presentes e embrutecidas,

Sobre as vigências dos programas poéticos e padrões.

Em crítica, desacelero as partículas de composição

Tentando parar o eixo do contrário.

Fazer fluir para habitar outro ecossistema,

Onde o busto-deus seja feito de sal.

Há desmantelamento, e transbordo

Jorrando para o sinuoso, em procissão de velas.


Des-ejo me fazer des-apego.

:Des-

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