Estranho e Diferente

Ontem estava pensando o quanto eu sou estranho.
Parei para rever os meus vídeos e ler alguns textos,
E realmente alguma coisa em mim não faz nenhum sentido.
Eu sou estranho. Estranho até de mais para alguém estranho.
Eu não sei o que pensar. Estava pensando antes na cozinha,
Agora nem sei mais o que queria dizer bem ao certo,
Quais seriam as cores que eu usaria para montar este texto.
Acho que é esta coisa de ansiedade que o doutor falava,
O doutor que me receitou escitalopram e risperidona.
Não o mesmo doutor que me receitou tropinal e vonal,
E que mantém a minha dose diária de mesalazina e azatioprina.
Eu lembrei antes na cozinha, e agora estou me lembrando da lembrança,
De quando estava trocando os canais de televisão e achei música diferente,
Música que não tinha ouvido ainda na minha vida. E acho que é isso.
Associei uma coisa com outra e lembrei de ontem quando me achava assim,
Deste mesmo jeito diferente, daqueles canais de televisão,
Um sujeito bem estranho. Um garoto bem peculiar, mas estranho.
E estava pensando hoje, bem nos dias de hoje, que me considero homem,
Um homem crescido e não mais um garoto,
Que continuo a ser o mesmo estranho. Um pouco menos quem sabe.
Mas hoje eu sou um homem estranho. Muito estranho para o meu gosto.
E é estranho escrever a palavra estranho. Então não vou mais escrevê-la.
Não aqui neste texto tão estranho. Bom, esta foi a última vez que escrevo.
Esse texto está ficando com muita cor para o meu gosto.
E para o meu gosto também é uma frase que não vou mais escrever.
Não aqui neste texto tão... Bom, deixe isto para lá, não é mesmo?
Eu estava receoso da opinião que vocês teriam sobre isso,
Sobre a minha volta todas as quartas feiras à missa,
Para passar água benta na testa e rezar pelas minhas preces.
Estava receoso mas não estou mais. A testa é minha, a fé é minha.
E beber um pouco da água benta católica me ajudou a superar feridas.
Não de agora. Isso já de algum tempo. Bem lá atrás eu admito.
Se voltei a seguir a minha religião? Não. Eu vou lá para fazer preces.
Eu vou lá para agradecer pelas minhas coisas.
Eu não sou um católico, nem um budista, ateu ou agnóstico.
Mas continuo indo nas missas e acendendo meu incenso,
Praticando quatro rituais por ano para proteção e agradecimento.
E sim, continuo sendo estranho e pintando meus cabelos,
Com uma frequência bem menos acentuada do que antes.
E acabei de quebrar mais uma promessa e escrevi estranho novamente,
Neste mesmo texto. Coisa que eu falei que não iria mais fazer.
Deve ser mesmo esta ansiedade. Essa coisa que me deixa agitado.
Só neste ano já li mais de 15 livros. Estou muito elétrico apesar das crises.
E sou bem dramático e bem cheio dessas tais de crises.
Mas hoje eu acho que já estou melhor sim. Deus e os remédios ajudam.
E fico sempre aqui na mesma. Escrevendo muita coisa sem sentido.
E nunca acabo os meus livros de anos atrás.
Livros e mais livros, repletos de textos coloridos de mais como este.
Um texto que nem sei mais por que existe, ou por que tem algum valor.
E este tipo de frase é bem usada em meus textos.
Eles sempre perdem o valor e acabam.
E acho que este não vai ser tão diferente. E diferente me lembra os canais.
Porque existe tanta coisa diferente nos canais diferentes de televisão.
E neles existe tanta música diferente. Música que a gente nunca ouviu.
E diferente me lembra estranho. E não era para escrever esta palavra.
Então perdeu todo o valor e como sempre chegou ao fim.
E fim. Fim como tantos outros que acabam assim.
Não adianta tentar escrever um final diferente.
Fica daí tudo muito estranho de mais para o meu gosto.

By: Vinicius de Góis

Feito em 06 de Maio de 2016.

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