A.mola
Não me a.mola, porque esta mola,
É um círculo espiral ascendente,
Em escorpião.
O homem circular como um rabo de porco,
Descendo do carro da madrugada,
Impondo a verdade sobre o nada,
Criando um espetáculo uniforme.
Segure a capa branca de flores,
Você é um antro de egos em recuperação,
Com salas brancas de um manicômio,
Trancafiado dentro de uma Avenida Coração,
Com as molas dos cabelos esculhambados,
Porque assumi meus cabelos enrolados,
Espiral ascendente,
Em recuperação.
O homem circular foi para o circo,
Rodou no picadeiro, pulou do trapézio,
Florindo como os ipês amarelos que tinham
Na frente da minha casa.
Foram cortados por um homem grande,
Com braços peludos e fortes,
Um lenhador sem coração para paisagens.
Na verdade eram feios os ipês,
Eu que exagerei na dosagem do verso citado,
Para criar uma escrita uniforme que ocupa espaço,
Que não deveria ser ocupado.
Não me a.mola, porque esta mola,
É um círculo espiral ascendente,
Em escorpião decrescente,
Regredindo? Apenas subindo...
Como os galhos que foram cortados
Dos velhos ipês que já foram paisagem.
Preciso de café, preciso de café agora.
Ainda tenho tempo para ligar para o meu “eu” que
morreu.
- Alô. Mande-me flores amarelas... Podem ser
girassóis...
Sim. Quero grandes pontos amarelos no céu.
O homem circular está a.(sc/c).endendo...
Cigarro... Em escorpião.
Alguém viu onde deixei o meu esqueiro?
By: Vinicius Osterer
Feito em 02 de Outubro de 2018.
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