Olhos Nos Olhos
Existe uma barreira entre a sua verdade e a
minha.
Eu não posso mandar em você ou na sua opinião.
Se eu fugir e cruzar a fronteira com o resquício
do dia,
Eu estarei mais alto do que a sua certeza de ter
razão.
E se você tiver razão pouco me importa,
Eu ouvi o que poucos ainda olham nos olhos e
falam,
As pessoas praticam uma linguagem morta,
E aos poucos no silêncio dos gestos só se atrapalham.
Senhor me dê sua mão, isso não é coisa que se
faça,
A vida não é justa é uma madrasta,
Mas se erga, o senhor não faz por mal beber.
O que é meu coração partido?
O que é a minha falta de decisão?
Por que eu não ajudei um homem, caído bêbado no
chão?
“Você é uma pessoa boa. Muito obrigado!”
Me disse isso desta forma, e com os olhos
molhados.
Eu não me importo mais com a sua opinião.
Eu abracei aquele senhor que estava no chão.
Ele acalantou um pouco a dor patética e fútil da
minha existência.
O ser humano é uma raça em decomposição na sua
decadência,
E eu sou mais comoção e brutalidade.
Ser humano cadê seu senso de humanidade?
Linguagem morta. Linguagem morta.
Eu não sou de rezar. Nem contra a religião.
Mas o que acontece com o homem sem dinheiro do
chão?
Eu não sou apolítico. Nem tenho um partido
político de preferência.
Mas o que acontece com o homem caído quase em
demência?
Linguagem morta. Eu estava bebendo e tinha para
onde voltar.
Não precisava beber para achar um lugar para
deitar.
Isso não tira o seu sono à noite?
Nos seus olhos de humano, eu deixei de ser
mesquinho,
Parei de pensar em mim por um simples minutinho,
E deixei de escrever a minha linguagem morta.
E se você tiver razão pouco me importa,
Eu ouvi o que poucos ainda olham nos olhos e
falam...
“Você é uma pessoa boa. Você é uma pessoa boa.”
By: Vinicius Osterer
Feito em 15 de Novembro de 2016.
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