Agradecido
Eu não quero ser grande e nem pequeno.
Eu apenas quero ser um pouco mais eu.
Não quero mais ser póstumo, vou vivendo,
Não sou a biografia de alguém que morreu.
Quando vai acabar este constante ciclo de fases?
Deitado no chão do banheiro, com o chuveiro
ligado,
Eu viro a poesia universal, o refrão que nasceu,
Com a cabeça cheia, olhos vermelhos e corpo
molhado,
Não sou a biografia de alguém que morreu.
Eu preciso me poupar para os dias piores?
Eu tenho sede e quero água, tenho fome quero
alimento,
Mas o que eu quero preencher aqui dentro?
Essa coisa toda que sempre não é assim tão
pouca!
Andando pelas ruas da cidade, eu não posso ser o
mesmo,
Os céus passam, a água passa por baixo da ponte.
Eu não sou único, mas sou diferente e não mais
prevejo,
O quanto muda o contorno do meu horizonte.
Por que ficar remoendo coisas tão pequenas?
A imagem do espelho não mostra, o que eu guardo
no peito,
Tento colocar um pouco mais de alento nos meus
dias de cão.
Enfim eu aprendi a amar tudo o que eu tenho
feito,
Nem sempre é bom reclamar tanto por antecipação.
E quando que paramos para agradecer pelo nada?
Somos a ingratidão. Só sabemos amar na saudade.
Não lidamos bem com a escuridão, depreciamos
tanto a maldade.
Mas isso faz parte de toda a balança.
Exatamente pela metade. Nem mais e nem menos.
Nem tão grande para ser perfeito, nem tão pouco
para ser ilusório.
Pelas coisas que nós nunca agradecemos,
E que fazem parte de tudo aquilo que sempre é
tão notório.
Eu não estou aqui por acaso. Eu estou?
Quando vai acabar este constante ciclo de fases?
By: Vinicius Osterer
Feito em 12 de Novembro de 2016.
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