Sou Só Um Alfinete
Queria
pegar um foguete e sair da Terra,
Parar
de ouvir a opinião tão megera,
Que
destrói a paz dos meus melhores dias de vida.
Que
me traz para os piores dias de morte.
Eu
me sinto tão pequeno que não preencho as palavras,
Elas
são tão grandes, precisam expressar coisas maiores,
Mazelas
maiores que não cabem dentro do meu mundo interno.
Eu
não sou homem suficiente para mudar o mundo.
Eu
não tenho a honra de escrever sobre o mundo.
Como
eu posso ser a palavra do mais fraco?
Como
eu posso expressar o que só se pensa?
Eu
sou a desonra de um poeta já farto,
Do
mundo ultrajante do ódio e da violência.
Queria
não ser desta raça imunda que ocupa espaço,
Que
machuca por palavras e por armas.
São
poucos os que praticam o amor de fato,
Sem
mostrar as suas verdadeiras garras.
Eu
sou um miserável que enche a cara de quinta à domingo.
Esquecendo
de tudo que existe lá fora da minha vida.
Eu
não estou querendo me enxergar mais tão lindo,
Por
que eu sou também a desgraça da minha geração perdida.
Preciso
viver na poeira do espaço,
Por
que não gosto de dizer que fracassei.
Explodir
em um foguete até não sobrar nenhum pedaço,
Que
comprove que um dia eu inventei ou que viverei,
Dentro
desta ideia absurda de que o mundo verá o que sou eu.
Eu
não consigo mais viver desta forma pragmática,
Dentro
desta escrita sem forma e sem gramática,
Preciso
beber e fugir da minha vida de homem honesto,
Por
que nem para escrever eu presto,
Imagine
então o resto! Imagine então o resto!
O
que sou eu perto de Drummond e sua antologia poética?
Eu
nem sei definir o que significa a fonética!
Como
quero ser um marujo em um mar traiçoeiro?
É
cheio de letras e de animais que me engolem por inteiro,
Por
que para se publicar um livro precisa-se de dinheiro,
E
eu não tenho dinheiro, não tenho nada para me segurar,
Por
que meu pai você ainda é obrigado a me sustentar?
Eu
não sou homem suficiente para mudar o mundo,
Mas
sou persuasivo o suficiente para mudar a sua opinião,
Quero
dar valor a minha matéria neste exato segundo,
Eu
sou só um alfinete mas faço barulho como um trovão.
Queria
pegar um foguete e sair da Terra,
Parar
de ouvir a opinião tão megera,
Que
destrói a paz dos meus melhores dias de vida.
By:
Vinicius Viniver
Feito
em 15 de julho de 2016.
Comentários
Postar um comentário