O Que Me Faz Bem
O que me faz não desejar mais o querer e não
querer?
O deixar de amar facilmente para me isolar e
escrever,
Sobre desejos, sobre ligações, sobre
sentimentos que não alcanço,
Dentro de um ritmo no qual nem mesmo eu
danço,
E com estas rimas patéticas e ridículas que
não fazem sentido?
Mas também não entendo por que elas deveriam
querer fazer.
Eu sempre preferi o banheiro acabado da minha
casa,
Do que a cama desconfortável de um hospital.
E não sei por que quis pensar em algo que me
arrasa,
E que não me deixa nada bem, só me faz mal.
Eu queria um beijo de sua pupila dilatada,
E não a cegueira de um adeus de liberdade.
Estou escrevendo o que me faz bem e mais
nada,
Por que faz tempo que não sou mais um garoto
covarde.
É pecado iludir quem apenas quer ser iludido?
E amar com uma faca que ultrapassa seus
preconceitos?
É errado escrever para si um testamento, já
precavido,
E achar que terá algum valor mesmo com tantos
defeitos?
E o que você esperava ler? O que você
esperava de mim?
Eu sou uma miséria e você não esperava era
nada.
Faltou tanto sentimento por que eu sou
arrogante sim,
Mas, me faltaram sentimentos de pessoa normal
amada.
Somos tão pequenos e tão miseráveis que isso
me enfraquece,
Querer sentimentos estranhos como o porquê eu
estou encarnado.
O ser humano é a espécie que mais odeio e que
não merece,
O meu respeito, mas quem falou que eu quero
ser respeitado?
Sim, eu quero que... Mas como eu queria...
E se isso não fosse de sua conta, quão bom
tudo isto seria...
“Abra um sorriso seu moço, dê a mão e diga
bom dia!”
Ninguém aceita lamentação com a sátira de uma
melancolia.
Eu não quero ser traduzido, nem sequer quero
a compreensão,
Quero o meu banheiro velho e os meus remédios
vermelhos.
Quero meus remédios brancos e apagar as luzes
da minha razão,
E poder parar e respirar sem precisar pintar os
meus cabelos.
Queria querer tão menos e ser um pouco mais.
Queria querer o tanto que quero, a vida é
cansativa.
Tenho poucos anos, mas já desejo descansar em
paz,
Queria querer que viver fosse uma questão de
escolha optativa,
Sem relacionamentos fracassados, sentimentos
mudados,
Frustrações sobre o futuro e toda aquela
expectativa de bosta.
Viver com os dias contados, diminuídos ou
acrescentados,
Já esgotou a minha paciência, me diga quem é
que gosta?
Eu não gosto. E do que é que eu gosto? Eu sou
chato.
Sou um mandão com um ego para lá de inflado.
Tentar não é conseguir por isso que eu não me
mato,
Por que acertar para mim é um tanto quanto complicado.
Sou um garoto assustado que teme o que não
pode controlar,
Como o cabelo natural, o amor sentimental e o
pesadelo do medo.
Será que se aprende a aceitar e como gostar
de amar,
Mesmo que dentro do silêncio de um grande
segredo?
Estou escrevendo o que me faz bem e mais
nada,
Faz tempo que eu queria querer este dia.
A minha feição até parece bem mais corada,
Como num piscar de olhos ou num passe de
magia.
O que deixar sobre a Terra é um tanto quanto
cômico,
Quando não se sabe nem ao certo como viver.
Eu queria querer um amor não tão platônico,
Por este testamento que eu acabei de
escrever.
By: Vinicius de Góis
Feito em 13 de Janeiro de 2016.
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