O Quarto
Feito em 22 de Janeiro de 2015...
Ela
me disse: “Saia deste quarto e desta fantasia”,
“Você
precisa dos amigos e ver a luz do dia”,
E
eu virei para o outro lado da minha cama entediado,
Eu
precisava do silêncio e eu permaneci ali calado.
Eu
era uma bolha, eu era o meu quarto,
Hoje
eu sou a sala, um desespero e eu estou farto,
Farto
de ser invisível, farto de não existir,
De
acordar todos os dias e ainda ter que sorrir.
O
que eu vou fazer da minha vida agora?
Existem
várias opções me esperando lá fora,
E
não existe mais ela para me tirar destas magias,
Eu
estou preso a mim mesmo para a eternidade dos dias.
A
vida é complicada e as palavras tenebrosas,
Eu
não posso me defender destas atitudes duvidosas,
A
família ficou no porta-retratos de um egoísmo,
E
eu não irei cometer mais nenhum ato de heroísmo,
Eu
abri a porta que me mantinha fechado no quarto,
Peguei
as minhas vontades e então quase me mato,
Eu
persuadi e mexi com os espíritos que dormiram,
Eles
me acordaram e me salvaram, mas me iludiram.
Eu
apenas queria me deitar e ter sonhado,
Que
tudo era um sonho e havia acabado,
Mas
me deparei com o fato de queimar no cemitério,
Uma
vela para ela, uma vela ao meu mistério,
Eu
perdi as partes que uniam o meu todo completo,
E
com elas as maneiras de ser gentil e discreto,
Eu
não escolhi o caminho fácil e correto,
Eu
adentrei em um jardim perdido e secreto,
Eu
troquei as paredes que me fechavam,
E
eu saí da bolha em que eu me sufocava,
As
portas se abriram e os medos acabaram,
Eu
não me arrependia das coisas que eu deixava.
Ela
era a minha mãe e sempre me dizia:
“Levanta
dessa cama, coloque um pouco de alegria”,
“Encha-se
com os sonhos e não deixe a mente vazia!”,
E
eu resmungava, me virava e nem mesmo respondia.
Era
coisa da bolha, não sabia nem por onde começar,
Se
eu olhava para o horizonte ou se continuava a respirar,
E
as coisas foram chegando e eu chegando até elas,
Estava
inserido em um quadro de paisagens perfeitas e belas,
Eu
havia rompido a barreira de proteção,
Não
tinha mais a minha mãe para ver a minha reação,
Então
levantei e dei os meus primeiros passos,
Vivenciei
a minha vida e os primeiros abraços,
As
minhas primeiras histórias que não guardava comigo,
Nem
mesmo com as paredes do meu quarto amigo,
Eu
tinha um mundo para poder me ausentar,
Da
realidade que eu tratei de me desapegar.
Sem
bolha, sem mãe, sem quarto, mas estou bem,
Tudo
aquilo que já foi, um dia sempre vem.
O
quarto e a proteção eram coisas momentâneas,
Abri
mão de algumas coisas para outras espontâneas.
Comentários
Postar um comentário